quinta-feira, 4 de outubro de 2018

QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS: O olhar, o outro e o preconceito

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COLEGIO SALESIANO SANTA MARIA – CACERES – MATO GROSSO
PROFESSOR ORLANDIR CAVALCANTE  - CIENCIAS HUMANAS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
ENEM 2018 – LISTA DE EXERCICIOS.
COMPETENCIA DO ENEM 05 HABILIDADE 23
QUESTOES OBJETIVAS:

Questão01 - do Camburão Tem um Pouco de Navio Negreiro

Todo Camburão Tem um Pouco de Navio Negreiro é uma música da banda o Rappa, em que a letra problematiza a(o)
  a) relação de trabalho e existência da mão de obra escrava
  b) sofrimento dos escravizados durante a expansão marítima europeia.
  c) dura rotina de trabalho dos escravos.
  d) atividade comercial e o tráfico negreiro.
  e) preconceito racial e social.

QUESTÃO 02 - No início do século XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil em missão científica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a sociedade indígena. Referindo-se ao indígena, ele afirmou:
“Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a civilização não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre desenvolvimento progressivo (…). Esse estranho e inexplicável estado do indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torná-lo um cidadão satisfeito e feliz.”
(Carl Von Martius. O estado do direito entre os autóctones do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EDUSP, 1982).
Com base nessa descrição, conclui-se que o naturalista Von Martius
a) apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os índios, diferentemente do que fazia a missão européia, respeitavam a flora e a fauna do país.
b) discriminava preconceituosamente as populações originárias da América e advogava o extermínio dos índios.
c) defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar o indígena cidadão satisfeito e feliz.
d) procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever cientificamente a cultura das populações originárias da América.
e) desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades indígenas e reforçava a missão “civilizadora européia”, típica do século XIX.

QUESTAO 03-  De 1948 a 1991, vigorou na África do Sul o regime denominado apartheid. A esse respeito é correto afirmar:
a) Trata-se de uma política de segregação racial que excluía os negros da participação política, mas lhes reservava o livre direito à propriedade da terra.
b) Trata-se de uma política de segregação racial que previa uma lenta incorporação da população negra às atividades políticas do país.
c) Trata-se de uma política de segregação racial que excluía negros e asiáticos da participação política e restringia até mesmo a sua circulação pelo país.
d) Trata-se de uma política de integração racial baseada na perspectiva ideológica da mestiçagem cultural entre as diversas etnias negras.
e) Trata-se de uma política de segregação racial que propunha a eliminação gradual da minoria negra, como forma de garantir a dominação branca.

QUESTAO 04 - Um dos grandes desafios do século XXI para tornar o mundo melhor é o de aprender a conviver com os outros, aceitar e respeitar os que são diferentes na cultura, na religião, nos costumes, na sexualidade etc. A intolerância, os preconceitos, as discriminações e o racismo, no entanto, vêm crescendo. Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar:

a) o princípio de que todos os seres humanos são iguais, independentemente de sexo, cor da pele, orientação sexual, local de nascimento, valores culturais, existe de direito e de fato nas sociedades democráticas.
b) o racismo consiste numa tendência a desvalorizar certos grupos étnicos, sociais ou culturais, atribuindo-lhes características inferiores e manifesta-se na segregação e rejeição de valores culturais.
c) os neonazistas, os carecas, os arianos, entre outros, são grupos organizados que visam combater os preconceitos, sobretudo contra migrantes pobres.
d) a xenofobia e a homofobia atingem em maior grau os indígenas, os negros e a mulher, considerados inferiores em determinadas sociedades.

QUESTAO 05 - Em tempos neoliberais  o processo de globalização, que interliga lugares, através da movimentação de pessoas, de valores, de capitais e de mercadorias, pode ocasionar situações que expõem a humanidade a condições de risco. Entre as mais graves e/ou sobre as tentativas de evitá-las, é possível destacar, de modo correto:
A) a difusão de preconceitos contra estrangeiros, pela crença de que as pessoas e os produtos vindos de fora são os responsáveis pelas crises da economia e pelo desemprego.
B) a transferência de doenças degenerativas pelos continentes, como as neoplasias, as doenças cardíacas, o Mal de Alzheimer, entre outras, até há poucos anos, típicas de países desenvolvidos.
C) a repercussão das crises, nas bolsas de valores, provocadas por conflitos armados, que têm efeitos semelhantes entre países ricos e pobres e entre pessoas de diferentes condições sociais.
D) a carência de água, provocada pelo seu consumo inadequado, que levou o mundo a adotar como forma de controle a racionalização e a privatização do seu uso.
E) o desequilíbrio na distribuição da população mundial, solucionável através da transferência de populações, possibilidade assegurada pelas políticas migratórias internacionais.

QUESTAO 06 - O problema enfrentado pelo migrante e o sentido da expressão “sustança” expressos nos quadrinhos, podem ser, respectivamente, relacionados a

(A) rejeição / alimentos básicos.                                             
(B) discriminação / força de trabalho.
(C) falta de compreensão / matérias-primas.                    
(D) preconceito / vestuário.
(E) legitimidade / sobrevivência.

QUESTAO 07- No segundo quadro da tira, a minhoca se esconde para não ser notada pelas cobras.
Essa tentativa de desaparecimento da personagem é enfatizada pelo uso do seguinte recurso:
(A) caráter exclamativo de uma fala
(B) movimento conjunto das cobras
(C) ausência da moldura do quadro
(D) presença de personagens distintos

QUESTAO 08 - Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu tantas vezes?
Em que casas da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha
da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os césares?

BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que lê.Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br. Acesso em:28 abr. 2010.

Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro de História, o autor censura a memória construída sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos. A crítica refere-se ao fato de que

A  os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam ser aqueles que realizaram feitos heroicos ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória.
B  a História deveria se preocupar em memorizar os nomes de reis ou dos governantes das civilizações que se desenvolveram ao longo do tempo.
C  grandes monumentos históricos foram construídos por trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos governantes das sociedades que os construíram.
D  os trabalhadores consideram que a História é uma ciência de difícil compreensão, pois trata de sociedades antigas e distantes no tempo.
E  as civilizações citadas no texto, embora muito importantes, permanecem sem terem sido alvos de pesquisas históricas.


Gabarito
01 – E
02 – E
03 – C
04 – B
05 – A
06 – B
07 – C
08 – C


domingo, 2 de setembro de 2018

BIOGEOGRAFIA - AS PAISAGENS TROPICAIS

Nesta aula abordaremos as paisagens tropicais, a saber aquelas localizadas entre os trópicos de câncer e de capricórnio. Temos neste ponto nas áreas mais úmidas as florestas equatoriais e as tropicais. Nesta aula abordaremos as paisagens não florestais em destaque para as savanas, o cerrado e a caatinga. O pantanal ficará em forma de trabalho a ser produzido em forma de pesquisa bibliográfica.
slide da aula CERRADO CAATINGA E SAVANAS

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

URBANIZAÇÃO

A urbanização é um dos temas mais importantes da atualidade. Com o advento da globalização capitalista as cidades tornaram se o espaço privilegiado para as ações da sociedade humana . A seguir disponibilizo um slide de uma aula que preparei e uma atividade sobre o tema.

Slide da aula do prof. Orlandir sobre URBANIZAÇÃO

Vídeo 1 Exclusivo para alunos do Colegio Salesiano Santa Maria de Cáceres MT 

Vídeo 2 Exclusivo para alunos do Colegio Salesiano Santa Maria - Cáceres/MT

 atividade sobre URBANIZAÇÃO

terça-feira, 12 de junho de 2018

Um mundo de imagens para ler - Por Paola Gentile

 Cultura visual - nome desse novo campo de estudo - propõe que as atividades ligadas à Arte passem a ir além de pinturas e esculturas, incorporando publicidade, objetos de uso cotidiano, moda, arquitetura, videoclipes e tantas representações visuais quantas o homem é capaz de produzir. Trata-se de levar o cotidiano para a sala de aula, explorando a experiência dos estudantes e sua realidade.

Essa "alfabetização visual" dará ao aluno condições de conhecer melhor a sociedade em que vive, interpretar a cultura de sua época e tomar contato com a de outros povos. Mais: ele vai descobrir as próprias concepções e emoções ao apreciar uma imagem. "O professor tem de despertar o olhar curioso, para o aluno desvendar, interrogar e produzir alternativas frente às representações do universo visual", afirma Fernando Hernández, professor da Faculdade de Belas Artes de Barcelona, na Espanha.

Roteiro para o olhar - O pesquisador norte-americano Robert William Ott, da Penn State University, criou o seguinte roteiro para treinar o olhar sobre obras de arte, mas ele pode ser adaptado a atividades ligadas à cultura visual. O diferencial é fazer sempre a relação com a realidade do aluno: 
1) Descrever Para aproveitar tudo o que uma imagem pode oferecer, os olhos precisam percorrer o objeto de estudo com atenção. Dê um tempo para a obra se "hospedar" no cérebro. Em sala de aula, peça que todos descrevam o que vêem e elaborem um inventário. 
2) Analisar É hora de perceber os detalhes. As perguntas feitas pelo professor devem ter por objetivo estimular o aluno a prestar atenção na linguagem visual, com seus elementos, texturas, dimensões, materiais, suportes e técnicas. 
3) Interpretar Um turbilhão de idéias vai invadir a classe e você precisa estar atento a todas elas, para aproveitar as diversas possibilidades pedagógicas. Liste-as e eleja com a turma as que correspondam aos objetivos de ensino. Meninos e meninas devem ter espaço para expressar as próprias interpretações, bem como sentimentos e emoções. Mostre outras manifestações visuais que tratem do mesmo tema e estimule-os a fazer comparações (cores, formas, linhas, organização espacial etc.). 
4) Fundamentar Levantadas as questões que balizarão o trabalho, é tarefa dos estudantes buscar respostas. Elabore junto com eles uma lista com os aspectos que provocam curiosidade sobre a obra, o autor, o processo de criação, a época etc. Ofereça textos de diversas áreas do conhecimento para pesquisa e indique bibliografia e sites para consulta, selecionando os textos de acordo com os interesses e o nível de conhecimento da classe. 
5) Revelar Com tantas novidades e aprendizados, a turma certamente estará estimulada a produzir.Discuta com todos como gostariam de expor as idéias que agora têm. Quais são essas idéias e como comunicá-las? É hora criar, desenhar, escrever, fazer esculturas, colagens...

domingo, 3 de junho de 2018

EXÚ NAS ESCOLAS (ELZA SOARES)

Estou vivendo como um mero mortal profissional
Percebendo que às vezes não dá pra ser didático
Tendo que quebrar o tabu e os costumes frágeis das crenças limitantes
Mesmo pisando firme em chão de giz
De dentro pra fora da escola é fácil aderir a uma ética e uma ótica
Presa em uma enciclopédia de ilusões bem selecionadas
E contadas só por quem vence
Pois acredito que até o próprio Cristo era um pouco mais crítico em relação a tudo isso
E o que as crianças estão pensando?
Quais são os recados que as baleias têm para dar a nós, seres humanos, antes que o mar vire uma gosma?
Cuide bem do seu Tcheru
Na aula de hoje veremos exu
Voando em tsuru
Entre a boca de quem assopra e o nariz de quem recebe o tsunu
As escolas se transformaram em centros ecumênicos
Exu te ama e ele também está com fome
Porque as merendas foram desviadas novamente
Num país laico, temos a imagem de César na cédula e um "Deus seja louvado"
As bancadas e os lacaios do Estado
Se Jesus Cristo tivesse morrido nos dias de hoje com ética
Em toda casa, ao invés de uma cruz, teria uma cadeira elétrica - MUSICA EXÚ NAS ESCOLAS - ELZA SOARES.

terça-feira, 8 de maio de 2018

BREVE CONSIDERAÇÃO SOBRE HORA ATIVIDADE

A Hora Atividade ou Hora de Trabalho Pedagógico é o período reservado dentro da carga horária do professor para que o mesmo prepare suas aulas e desenvolva seus trabalhos de e pesquisa com vistas ao aprimoramento e praticas em sala de aula. A mesma deverá ser de cunho pessoal mas com base coletiva e sempre com vistas á melhoria do processo de ensino a aprendizagem e como parte da Carga Horária deve ser igualmente remunerada. Não poderá ser assim, usada como espaço para reforço com aluno. Parte das gestões coloca este momento como para plantão e reforço, entendemos que não é a finalidade da Hora Atividade pois está foi concebida como um momento do professor refletir e trabalhar sua práxis, o atendimento a alunos em reforço deverá portanto acontecer dentro de uma proposta coletiva contemplada inclusive na proposta pedagógica da escola com anuência do coletivo.

UMA REFLEXÃO SOBRE A EFETIVIDADE DO DIREITO Á EDUCAÇÃO EM CONTEXTO DE GOLPE CONTRA OS DIREITOS SOCIAIS NO BRASIL

A Constituição Federal de 1988 estabelece níveis de colaboração entre os entes federados e unindo estas estratégias, tem um fio condutor o PNE – Plano Nacional de Educação, de duração plurianual visando à articulação e ao desenvolvimento do Ensino em seus diversos níveis e à integração do poder publico que conduzam à melhoria da qualidade do ensino.
Há um longo caminho a ser percorrido para que se implemente, na pratica todos os ditames da carta magna! Primeiro, o pacto federativo tem que ser repactuado, pois na prática o bolo tributário fica em sua maior totalidade com a União que na realidade atende menos a educação básica, enquanto os municípios acabam arcando com a maior clientela ficam com uma pequena parcela dos recursos financeiros. Um dos desafios até hoje é chegar ao  O Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi) desenvolvido pela Campanha Nacional pelo Direito á Educação e que tem como objetivo mensurar o financiamento necessário (calculado por estudante) para a melhoria da qualidade da educação no Brasil.
O PNE em si pode ser citado como um avanço da constituinte de 1988,  porém, setores conservadores e privatistas tem agido nas ultimas décadas para torná-lo inócuo e sem validade efetiva. Até 2016, haviam investidas, porém setores de luta na educação nacional sempre conseguia conter tais avanços conservadores e privatistas, mas  após a ruptura política ocorrida em 2016 as ações e propostas de tais grupos passaram a ser encampadas pelo governo e uma das primeiras ações foi descaracterizar o CNE ( Conselho Nacional de Educação), que inclusive ainda não convocou a Conferencia Nacional para Avaliação do Plano Nacional de Educação que deveria, conforme a Lei acontecer agora em abril de 2018.
Outra investida contra a educação pública nacional é o crescimento, no meio político e  em setores da sociedade a ideia de que a educação não precisa de recursos e sim de gestão eficiente, como bem atesta, em recente entrevista do ministro da Educação Sr. Mendoça Filho ao programa Roda Viva da TV Cultura de São Paulo. Tal discurso é um ensejo e prenuncio de uma terceirização dos processos de gestão da educação publica, processo este que já vem avançado em alguns Estados e Municípios da Federação. Nestes , a eficiência de gestão fica em foco e em desprestigio o processo de ensino aprendizagem.
Percebemos uma redução drástica nas perspectivas de avanços em políticas publicas na educação nacional. A PEC  que congela os gastos públicos por vinte anos, recentemente aprovada, praticamente mina qualquer perspectiva de novos investimentos e programas nos sentido de avançar na oferta e na qualidade da Educação. Também os processos de terceirização vem avançando a passos largos em setores inteiros da educação nacional como por exemplo, a EJA – Educação de Jovens a Adultos, que quando não está sendo entregue aos setores do SITEMA “S”, acaba sendo alvo de empresas privadas ofertantes de educação na modalidade EAD, comprometendo as metas constantes no PNE refrate ao aumento da Oferta e da qualidade da educação ofertada.
Outro ponto que merece ser destacado são as metas de valorização do magistério. Constitui atualmente, como  parte da estratégia, desmontar a carreira do magistério no Brasil. Um exemplo é a figura do "notório saber" introduzido pela Reforma do ensino Médio. Além disso, as formações dos profissionais atreladas á BNCC ( Base Nacional Curricular comum) tende, a longo prazo transformar as universidades e os cursos de licenciatura em cursos de “técnicas pedagógicas”, pois a própria reforma do Ensino Médio estatui que a única base a ser perseguida no território nacional é a BNCC logo, engessa também as matrizes curriculares e propostas pedagógicas das licenciaturas com extensão danos ás pós graduação e Extensão universitária.
Portanto o cenário a nosso ver é desolador. Estamos num cenário de desconstrução da educação como um direito humano e fundamental para verter a educação em uma mercadoria ao sabor e aos desejos do mercado.

sábado, 5 de maio de 2018

VISÃO SISTÊMICA DE DOM BOSCO BOSCO E SEU SISTEMA EDUCATIVO

Para inicio de conversa vamos falar de João Bosco. Um filho de camponeses pobres do Norte da Itália do século XIX, período de conflitos no plano político e econômico, em destaque a revolução industrial que estava iniciando seus passos nas imediações de Turim, o principal centro urbano da região na época. Os efeitos desta crise não poderiam ser outro, êxodo rural, desemprego, violência urbana e abandono principalmente para a juventude que, migrando da zona rural entravam nas cidades sem perspectivas e acabavam sendo levados ao sistema prisional. Foi acompanhando os trabalhos do padre Cafasso, um velho sacerdote que Dom, Bosco se sensibilizou. Teria que achar uma forma de prevenir e evitar que a juventude acabasse nas masmorras das prisões. Surge assim o sistema preventivo.
O professor Brasdorico[1] nos informa que o sistema preventivo baseia nos seguintes pilares. Visão positiva da pessoa humana. Religiosidade integradora e unificadora. Promoção integral e Metodologia do amor educativo. A promoção integral, conforme o professor consiste em ver o ser humano como um todo que, do ponto de vista da pessoa, deve ser ajudada a promover se integralmente, nas dimensões (somática, psíquica, espiritual); do ponto de vista social é convidado a participar da transformação da realidade em perspectiva espiritual, é motivado à caridade evangélica. Somando à promoção integral acrescentamos a religiosidade integradora e unificadora, que contempla, a partir da religiosidade o ser humano nas suas diversas dimensões. Assim entendemos que das características  apresentadas pelo professor, a promoção integral e a religiosidade integradora/unificadora se complementam e completam.
De posse destes esclarecimentos precisamos deixar claro que Dom Bosco colocou em sua pratica educativa e pastoral um sistema, não uma teoria ou um pressuposto  de militância política, mas uma sistema com fundamentos teóricos ( talvez ele mesmo não tenha esta intenção) e prático. Dom Bosco era muito pé no chão.
Se entendermos sistema como sendo um conjunto de elementos interdependentes de modo a formar um todo organizado, logo, o Sistema preventivo é uma combinação lógica de cuidados, estribados numa ação educativa apoiada na RAZÃO, enquanto processo de compreensão de si e do mundo, a RELIGIÃO, enquanto busca e descoberta do sentido da vida e por fim, o que pode ser tido como o termo gaurda-chuva, AMOREVOLEZZA, que abriga embaixo de si as virtudes relacionais , atitudes e comportamentos entre as pessoas, que se revelam em palavras, gestos, ajudas, dons, sentimentos de amor, de graça e de cordial disponibilidade.
Pensar numa proposta educativa nestes moldes, em pleno século XIX não era tarefa para alguém que tem um visão puramente linear do processo educativo. Ainda mais por tratar se de uma época em que conceitos contemporâneas como inteligências múltiplas e as abordagens inovadoras da neurociência ainda nem sequer eram ventiladas! Por ai vê se o brilhantismo da mente de Dom Bosco.

Dom Bosco tem uma visão do todo na sua maneira de educar e ver a realidade. Esta visão do todo, que Dom Bosco vivencia no próprio contato com a natureza, com as artes, com a imagem de Deus, com o processo educativo interativo, oferece um ponto de diálogo fundamental com a visão sistêmica da realidade aprofundada por várias abordagens.... (MENDES.2017:94)       


Percebe se que para Dom Bosco as partes se unem para formar o todo, assim é a realidade humana. Portanto o processo educativo não poderá estar deslocado desta realidade sistêmica.
A proposta educativa apresentada por Dom Bosco, por ser estribada numa visão sistêmica alem de promover integralmente a pessoa humana com o fito de formar bons cristãos e honestos cidadãos, proporciona aos educandos e educandas a possibilidade de  se descobrir, de se potencializar e se valorizar prevenindo de todo desvio nocivo á sua personalidade e ao corpo social, pois assim, o educando adquire maturidade e segurança mediante uma pratica educativa pautada no afeto, correção e compreensão. Assim conforme Gildásio Mendes ... a visão do todo reintegra a pessoa no ambiente, na sua terra, na sua cultura, na sua realidade, nas relações com a natureza, vendo se como uma extensão do ser humano e não como uma realidade em partes, separada.[2]. Há neste caso uma reinserção do educando de forma consciente e proativa, ou seja alguém protagonista de suas ações no tempo e no espaço.
A visão sistema de Dom Bosco nos legou uma proposta educativa capaz de vencer uma das consequências do racionalismo instrumental, que é a fragmentação das pessoas, sociedades, e concepções de mundo, este efeito mais nocivo e que atualmente vem trazendo consequências desastrosas no campo das relações internacionais, nas relações do homem com o seu semelhante, com a natureza e com a sua própria cultura, gerando racismos, intolerância política e religiosa, neonazismos e neofascismos, xenofobia e tantos outros males que vemos assolar a sociedade contemporânea. Uma educação pautada no reencontro do homem consigo mesmo, com deus e com a natureza será capaz de criar novas possibilidades de entender e viver no mundo



[1] SANTOS.Brasdorico Merqueades.Dom Bosco e seu tempo.UCDB Virtual. 2017. Pagina 55 a 58.
[2] MENDES. Gildasio.Salesianidade e Contemporaneidade. UCDB Virtual. Campos Grande. MS. 2017.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

A RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA E O ESTUDO DA GEOGRAFIA

http://brasilescola.uol.com.br/upload/conteudo/images/82f965bd51e0f25c448fc3b3df31376c.jpg
Prof. Orlandir Cavalcante

O conhecimento geográfico é antigo, porém a ciência Geográfica é recente! Desde o inicio o homem já utilizava conhecimentos que hoje chamamos de geográficos, como a orientação e localização no seu dia a dia. Foi com os gregos, que este conhecimento se organiza e, só no século XIX é que a Geografia surge enquanto ciência. Ao surgir a Ciência Geográfica era parte das ciências da natureza, pois estava atrelada a origem do termo grego Geografia onde, Geo = Terra e Grafia=Estudo, portanto, geografia seria a ciência que estuda a Terra. Mas atualmente, o ESPAÇO GEOGRAFICO é o objeto da Geografia.
Assim, a Geografia é a ciência responsável por compreender o espaço e a relação que ele possui com o ser humano. Estuda o espaço geográfico, ou seja, todo o espaço terrestre produzido pelo homem ou que possui direta ou indireta relação com este.
A geografia é uma ciência humana que procura entender a sociedade a partir do estudo do espaço geográfico. Isso diferencia a geografia das outras ciências sociais como a Historia, Filosofia ou mesmo a Sociologia entre outras. Portanto o geógrafo se utiliza do ponto de visto geográfico para, a partir do espaço geográfico, analisar como os homens produzem e usam o espaço em que vivem. Para isso usa se uma linguagem própria para explicar esse objeto. Essa linguagem é formada pelos conceitos, eles são ferramentas que os cientistas utilizam para trabalhar. São palavras que tem significado especifico como por exemplo, trabalho, técnica, paisagem, lugar, território e tantas outras que no senso comum ou em outras ciências pode ter um sentido, mas que na geografia adquire outros específicos.
 MAS COMO SE DÁ A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO? Bem, nos tópicos a seguir abordaremos isso. Fazer esta pergunta é importante pois, como já falamos, é por meio da analise da produção do espaço que a geografia procura compreender a vida em sociedade. Duas concepções de espaço já passaram pela geografia. A primeira é a de Espaço absoluto = Preocupação com as dimensões apenas do espaço. Há uma desatenção com as mudanças que o homem produz. Esta concepção vigou até a década de 1940 e ela abriu espaço para o que ficou conhecido como Determinismo Geográfico ( Alemão  Friedrich Ratzel 1844 a 1904).  A natureza determina a vida dos homens sobre a superfície terrestre.
Espaço relativo = Esta concepção considera as relações dos objetos no espaço. O espaço só existe como o resultado da relação entre os objetos e os seres vivos e destes entre si. O espaço tem que ser pensado como algo em transformação. Estas transformações só acontecem porque há relações entre os elementos que o formam
A concepção de um espaço geográfico absoluto como já vimos gerou uma corrente na Geografia denominada de determinismo Geográfico, segundo o qual a natureza determinaria a vida dos homens sobre a superfície terrestre. As primeiras formulações deste pensamento foram formuladas pelo alemão Friedrich Ratzel ( 1844-1904), considerado o fundador da geografia moderna. Esta concepção foi muito útil para o imperialismo europeu do século XIX. Interessava descrever as cidades, as populações, as florestas e os rios que eles viam pelo caminho, com seus conhecimentos técnicos, a partilha e a exploração da áfrica e da Ásia ficavam mais fácil. Alem disso o determinismo justificava a intervenção europeia nesses continentes definido a como um esforço de levar o desenvolvimento da civilização até estes povos que diziam ser atrasados.
Alguns fatos como as duas guerras mundiais, a revolução Russa e a crise de 1929 obrigou os estudiosos a entender o espaço de forma mais relativa, ou seja o espaço só existe como resultado da relação entre os objetos e seres vivos que o constituem e nunca sem esses elementos.. Temos que pensar o espaço sempre como algo em transformação. . Essas transformações existem porque há relações entre os elementos que o formam. Apenas considerando o espaço como relativo é que podemos, por meio da geografia explicar os problemas de um mundo tão complexo como o nosso – efeito estufa, conflitos nacionalistas, ou globalização são processos que só podem ocorrer em um mundo em transformação.
Se o espaço é produzido, quem o produz?
O primeiro passo é reconhecer que essa transformação é produzida pelo homem em sociedade. O homem, como parte da natureza, é capaz de agir conscientemente transformando a natureza com intensidade incomparável em relação a outros seres vivos.  Ao agir sobre a natureza com nosso cérebro e nossas mãos estamos efetuando uma atividade muitos especial; O trabalho. O homem por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a natureza. É por meio de suas próprias capacidades naturais que o homem realiza o trabalho. Essas capacidades não são suficientes; os homens precisam aprender a utilizar os instrumentos. O como fazer damos o nome de técnica. As técnicas foram inventadas, aprimoradas e transmitidas. Elas portanto mediam (facilitam) o trabalho!
O trabalho é uma atividade que exige capacidades naturais e capacidades sociais ( as técnicas). Para trabalhar o homem tem que viver em sociedade. Com seu trabalho ele modifica a sua própria natureza. Deixa de viver como os animais para tornar se um ser social!
Bem, percebam que o homem em sociedade constrói o espaço realizando trabalho e mediado pela técnica. Mas do que adianta construir o espaço sem possuir formas de produção para continuar a sobreviver, ou seja, precisamos de alimentos, vestuário, melhorias e mais que isso transmitir e evoluir estas técnicas e conhecimentos... como conseguir isso?
A esta necessidade social de suprir ou abastecer damos o nome de forças produtivas. As forças produtivas compreendem o conjunto de conhecimentos e objetos capazes de garantir a conservação de seus conhecimentos e de seus objetos de trabalho para as próximas gerações. Os indivíduos, portanto precisam reproduzir também as forças produtivas, para que seus filhos possam continuar vivendo em sociedade.
Mas as forças produtivas para serem eficientes necessitam também que existam relações de produção adequadas. São relações de produção a forma como é regulado o trabalho ou a propriedade dos instrumentos para se trabalhar ou ainda a maneira de se distribuir o produto do trabalho.
Mas o que é mesmo o modo de produção? É justamente a soma das forças produtivas ( conhecimentos e instrumentos) mais as relações de produção ( normas que regulam a produção e a distribuição de riqueza em sociedade). Ao longo da Historia tivemos vários modos de produção. Na antiguidade o escravismo, no medievo o feudalismo depois o capitalismo que pode se dizer foi o mais dinâmico, uma vez que passou por fases como a mercantil, industrial e a monopolista ou financeira, nesta ultima o espaço produzido é chamado de MEIO TECNICO CIENTIFICO INFORMACIONAL
Meio técnico-científico-informacional
Atualmente, diz-se que estamos vivenciando não mais um meio puramente mecanizado ou tecnicista, mas um meio também marcado pela maior presença das descobertas científicas e das tecnologias da informação, o meio técnico-científico-informacional. Ele representa, o período que se manifestou a partir dos anos 1970 como consequência da Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Técnico-Científica-Informacional.
O principal marco desse momento é a união entre ciência e técnica pautada sob os auspícios do mercado. Não que já não houvesse uma aproximação entre as produções científicas e as evoluções das técnicas, mas somente agora tal inserção encontra-se em um sentido de complementaridade, de extensão de uma em relação à outra. Nesse ínterim, todo objeto é técnico e informacional ao mesmo tempo, pois carrega em si uma ampla estrutura de informações.
Tal avanço permitiu a consolidação do processo de globalização, mais bem compreendido como uma mundialização da difusão de técnicas e objetos, parâmetro que possui a informação como a principal energia motora de seu funcionamento. Tal fator proporciona alterações não só do espaço geográfico em si, mas da forma como o percebemos e lidamos com ele.
Por fim, e não menos importante, é importante compreender que tais transformações não se manifestam pelo mundo de maneira homogênea, isto é, não se consolidaram em todas as partes do planeta de maneira igualitária. Aliás, o desenvolvimento das diferentes técnicas em um número restrito de localidades permitiu o avanço das desigualdades e a intensificação das relações de dependência política e econômica entre os diferentes espaços.

Fontes:

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

SOCIALIZAR PARA CONVIVER

Professor Orlandir Cavalcante

Você já ouvir falar em Amala e Kamala?
Bem, elas foram duas crianças selvagens encontradas na Índia no ano de 1920, também conhecidas como "meninas lobo". Amala tinha cerca de um ano e meio e morreu um ano depois. Kamala tinha cerca de oito anos de idade e morreu em 1929. Seu comportamento estava distante de se comparar a de um ser humano, estava mais semelhante a de seus "irmãos" lobos.  É verdade que há muitas criticas sobre as mesmas havendo quem, inclusive afirma ser a maior fraude envolvendo as crianças lobos.  Uma coisa é certa. Apesar de ter criticas em relação a este caso, uma coisa é certa, este não foi o único. Ficou, em todos os casos, o registro de que aprendemos a ser HUMANOS. Somos muito mais que uma espécie. Somos, sobretudo, frutos das interações sociais que construímos ao longo de nossas vidas. e a assumirmos comportamentos humanos.
 SOCIALIZAR é desenvolver no indivíduo um conjunto de habilidades e sentimentos para torná-lo apto a viver em sociedade. Trata-se de um processo pelo qual o indivíduo
internaliza o coletivo, ou seja, através da socialização é que as ideias e
valores estabelecidos pela sociedade passam o constituir o indivíduo. É pela
apreensão destas ideias e valores que nós nos adaptamos aos grupos que fazemos
parte.
COMO SE DÁ O PROCESSO de SOCIALIZAÇÃO?
Bem, é pelo CONTATO SOCIAL, ou melhor, pelas formas que os indivíduos estabelecem as relações sociais e as associações humanas, ou ainda, a
interação entre duas ou mais pessoas. Não apenas interação sensitiva, física,
mas o contato baseado na comunicação de significados.
interação entre duas ou mais pessoas. Não apenas interação sensitiva, física,
mas o contato baseado na comunicação de significados.
interação entre duas ou mais pessoas. Não apenas interação sensitiva, física,
mas o contato baseado na comunicação de significados.
O contato social influencia na formação
da nossa personalidade. São pelas experiências com as outras pessoas que vamos
assimilando o comportamento social. Nessas experiências vamos nos habilitando a
viver na sociedade a qual temos contato.
Emile Durkheim, um dos primeiro sociólogos chega a defender que a sociedade por meio da socialização, vai programando o indivíduo a ter um
comportamento quase que padronizados.
Os contatos sociais são classificados em:
Contatos sociais primários. São os contatos pessoais, diretos, e que têm uma forte base emocional, pois as pessoas envolvidas compartilham suas experiências individuais. São exemplos de contatos sociais primários: os familiares (entre pais e filhos, entre irmãos, entre marido e mulher); os de vizinhança; as relações sociais na escola, no clube etc. As primeiras experiências do indivíduo se fazem com base em contatos sociais primários.
Contatos sociais secundários. São os contatos impessoais, calculados, formais. Dois exemplos: o contato do passageiro com o cobrador de ônibus para pagar a passagem; o contato do cliente com o caixa do banco para descontar um cheque. São também considerados secundários os contatos impessoais mantidos por meio de carta, telefone, telegrama, e-mail, redes sociais etc.
Contatos sociais intermediários. Mesclam relações formais e informais
Fontes
6.             http://detudoumpouco-dicasdetextos.blogspot.com.br/2011/04/contatos-sociais.html7.              6.             http://detudoumpouco-dicasdetextos.blogspot.com.br/2011/04/contatos-sociais.html7.              

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - 1948

  A  Declaração Universal dos Direitos Humanos  ( DUDH ) é um documento base não jurídico que delineia a proteção universal dos  direitos hu...