terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Igreja e Carnaval


Li agora a pouco que o prefeito do Recife, João Paulo, afirmou que contornou as pressões da Igreja Católica em relação à distribuição da pílula do dia seguinte. "Se a Igreja quiser cuidar das almas que cuide, mas não da saúde pública", disse ele nesta terça-feira.
Confesso que não concordo com a forma que estas questões vem sendo levadas nos últimos tempos. Percebo que há uma tentativa “preconceituosa”, a meu ver, em relação ás posições da Igreja nestes assuntos. Ora a Igreja, pode ter seu posicionamento sim! Afinal não vivemos em uma sociedade democrática? E o embate, a discussão, a tolerância onde fica?
Porque a Igreja não pode ser ouvida? Afinal é a mais antiga instituição, mais antiga inclusive que o Estado! Ouvi-la e tê-la como parceira faria mais bem que simplesmente excluí-la. Afinal foi a parceira entre Estado e Pastoral da Criança em algumas regiões que diminuiu a mortalidade infantil e a desnutrição. A parceira entre os movimentos sociais e parte da Igreja, identificada com a teologia da libertação que nos levou á abertura política e ao fim do regime militar. Acredito que o preconceito parta justamente daqueles não conhecem a Igreja, são justamente aqueles que imaginam uma igreja mostrada na escola e nas academias. Há uma Igreja que tem propostas e luta pela preservação do meio ambiente, que fez uma opção preferencial pelos pobres em Puebla nos anos 70, que está inserida nos movimentos sociais Brasil a fora. Esqueçam a Igreja de Bento XVI esta ficou cravada na Idade Média.
Aqui me vem á memória um fato. Diziam que a Igreja deveria cuidar de Almas nos anos 70. Respondeu Dom Casaldáliga no longínquo São Félix do Araguaia em Mato Grosso
____Não vejo almas andando vejo pessoas!
Afinal quem está mais preparado para cuidar de pessoas? E de saúde publica? Uma coisa eu tenho certeza Estado sei que não é!