A educação, sempre foi e continua a ser um espaço de disputas na modernidade.
Depois que Marx e Engels desvendou as nuances do capitalismo e da modernidade , em especial a
uta de classes a educação passou a ser alvo de disputa entre as camadas proletárias e os capitalistas.
Claro que a ideia de ter uma educação que atendesse o mercado de trabalho
encantou, de inicio, burgueses e proletários. As lições sobre a mais valia e a superexploração nos
primeiros anos da revolução industrial colocam em xeque e a classe trabalhadora percebe a
engrenagem sofisticada de moer gente das fabricas.
A criação dos IFS ( Institutos Federais de Educação), criados durante o governo
Lula pela lei 11.892/08, após uma longa experiencia de debates sobre a educação brasileira , em
especial a profissionalizante, bem como as mudanças advindas com o processo de globalização se
fazia necessário educar para a vida, ou como muitos dizem, educar o aluno para uma visão critica
do processo social e produtivo ao mesmo tempo municiá-lo para aprender ao longo da vida. Esse
aprender ao longo da vida só se consegue se desenvolvemos o processo critico e contextualizado.
Portanto a formação técnica herdada do regime militar, de decoreba e memorização, não daria conta
do novo jovem e adulto do pós década de 1990 , haja visto a rapidez com que as estruturas da
realidade informacional trazia em especial no mercado de trabalho, onde tudo é fluído e muda
constantemente.
Os Ifs, surgem num contexto onde se preconiza a “(...)conjugação de
conhecimentos técnicos e tecnológicos com as práticas pedagógicas(…)” . Os conhecimentos
técnicos são os vários saberes. E os tectonológicos são os instrumentos e novas plataformas. Tudo
isso só é possível mediante uma abordagem critica e contextualizada da aprendizagem. Extrapolar
os muros da escola, ir a campo. Participar de forma cidadã na vida politica e nas discussões
emergentes no memento histórico … terão que ser praticas educativas dos Institutos Federais de
Educação, pois de outra forma, serão simples transmissores de conhecimentos e não de
conhecimentos e saberes.
Uma nova proposta envolve novos desafios. O primeiro é estabelecer um liame
com uma nova perspectiva para o mover da vida humana, isso porque após 1990 nos brinda com um
cenário de crises, ao mesmo tempo em que a politica neoliberal, torna se hegemônica, primeiro nos
EUA, Inglaterra e no Chile do ditador Augusto Pinochet. Temos agora um mundo marcado pelo
individualismo. Competitividade. Submissão às normas dos organismos financeiros. Sucateamento
da produção. Privatização de setores mais rentáveis da economia.
No caso especifico da educação, fica visível a tentativa de estabelecer uma
submissão das demandas cientificas e do conhecimento á logica da contenção de gastos.
Treinamentos aligeirados, e o pior isso querido e desejado pelas organizações patronais
representadas pelos sistema “S” e outros setores da sociedade brasileira em especial o setor do
agronegócio.
Tal pressão irá impactar na organização dos Institutos Federais de educação que,
passaram por uma precarização e estagnação das carreiras e a inserção de profissionais terceirizados
em alguns setores. No âmbito da sociedade continuava a dramática separação entre formação
profissional e formação geral e humana do indivíduo.
Aluno do IF participando de passeatas ?
Absurdo!
Essa visão tornou se mais evidente após 2010, com a alastramento das redes sociais e de
grupos de extrema direita como o Escola Sem Partido.
Ao mesmo tempo a luta é para garantia de ampliação do acesso, permanência e
elevar a qualidade do ensino ofertado. Portando os Institutos Federais deveriam ser parte de uma
politica publica que se conecta com outros setores e ministérios da estrutura estatal e de governo.
No plano interno os Institutos Federais terão que lidar com estruturas e um corpo
de funcionários, dentre eles professores afeitos e amantes do tradicional ensino técnico.
Interessante
que muitos desses profissionais foram ameaçados de demissão ou com a proposta de aposentadoria
voluntaria após o governo FHC que proibiu, por lei a criação de novas escolas técnicas em âmbito
federal, mesmo assim, defendiam o modelo anterior de escola profissionalizante.
Assim o desafio agora também passou a ser urgente pois somente a incorporação
dos ensinamentos gerados na relação dialética com a sociedade, a inclusão da pesquisa científica e o
estabelecimento de bases humanistas na formação dos indivíduos poderiam trazer novas concepções
e praticas no chão dos |Institutos Federais de Educação.
Uma concepção organizacional e
pedagógica caracterizam pela matriz marxista da indissociabilidade entre os compromissos de
ordem prática e a compreensão teórica, com uma tendencia a respeitar o papel estratégico no
desenvolvimento dos arranjos produtivos e culturais locais.
Uma educação profissional portanto não engessada no tecnicismo e o decoreba de técnicas e procedimentos uma vez que o mundo atual é fluído. É touch screen , deixou de ser
analógico. Essa fluidez exige uma dinâmica no agir e no pensar das pessoas. O que é agora não será
no dia seguinte. O que está na tela agora passou e uma nova janela se abre. Portanto o “decoreba” e
as técnicas apuradas não dão conta desse undo fluido e informacional.
A nova proposta de educação Profissional deve ser sim, dinâmica. Plural.
Inclusiva e sobretudo, estar socialmente referenciada. Estribada em metodologias que priorizam o
protagonismo juvenil e as relações democráticas.