quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Imagine que você faz parte da coroa real de um império recente. Mesmo independente, vocês ainda não estão consolidados enquanto um “povo”. O que poderia ser feito para contribuir com esse momento em que é necessário criar uma identidade coletiva, histórica e nacional?

Numa época em que nossa relação com o

passado está ameaçada pela forte tentação de

criar histórias imaginadas ou imaginárias, é

fundamental e urgente a reflexão sobre as

condições que permitem sustentar um

discurso histórico como representação e

explicação adequadas da realidade que foi.”

CHARTIER, R. A história ou a leitura do tempo . Tradução de

Cristina Antunes. Belo Horizonte: Autêntica, 2009


passado está ameaçada pela forte tentação de
criar histórias imaginadas ou imaginárias, é
fundamental e urgente a reflexão sobre as
condições que permitem sustentar um
discurso histórico como representação e
explicação adequadas da realidade que foi.
CHARTIER, R.
A história ou a leitura do tempo
. Tradução de
Cristina Antunes. Belo Horizonte: Autêntica, 2009

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

NOSSOS HERÓIS morreram de overdose? ou seriam eles a nossa overdose?

 NOSSOS HERÓIS… Morreram ou não de overdose? Ou são eles a nossa overdose?

Acho importante comentarmos esse titulo. Trata se da apropriação de uma expressão do genial Cazuza em uma de suas canções. Tenho para mim que nessa canção ele se mostra desiludido com esses ditos heróis. Aqui inicio nossa discussão. Uma nação ou um povo não se constrói sem heróis.

Nossos heróis nacionais podem ser entendidos dentro da dimensão simbólica e mitológica, portanto são construções que ao longo do tempo sedimentam e passam a dar sentido á nação. São elogiados. Enaltecidos. Sempre possuem seus nomes em logradouros públicos, ruas, praças, avenidas, hospitais, rodovias, escolas etc. 

Os heróis nacionais são apresentados, criados e perpetuados no imaginário de uma nação para serem, exemplo a ser seguido.

Vejamos um exemplo. OS BANDEIRANTES.

O que você sabe sobre os bandeirantes? 

Bem, com certeza você aprendeu na escola desde o inicio do ensino fundamental que foram desbravadores. Expandiram o território brasileiro para além do Tratado de Tordesilhas. Era corajosos, inovadores, patriotas, levaram a civilidade aos indígenas do centro oeste do Brasil, e por fim, enfrentavam a coroa portuguesas com suas incursões.

Esse mito como todos os mitos nacionais, são frutos de construções históricas. E como tal sujeitos a revisões, ou seja , chega um momento que a galera olha, e diz, espera aí! Isso não faz mais sentido!

Lembram de junho de 2020, quando tivemos vários movimentos e passeatas de protesto em oposição ao racismo, intitulado black lives matter (vidas negras importam), #BlackLivesMatter. O movimento, surgido em 2013, ganhou novo espaço internacional a partir de protestos contra o homicídio de George Floyd, afro-americano, em Minneapolis, e tem gerado “ataques” a estátuas que representam símbolos escravocratas pelo mundo, variando de pichações até o arremesso de uma escultura em um rio na Inglaterra”. O que fazer com as estátuas de Bandeirantes?

Então… nossos heróis envelhecem. Perdem sentido e significância. Isso, quando acontece, a nação estremece. Em muitos casos, pode ser o inicio de uma revolução! Isso mesmo, parcela da população acorda e começa a criticar os heróis nacionais! Nesse período no Brasil por exemplo estátuas de bandeirantes como o Borba Gato foram vandalizadas!

Peter Burke, professor e Historiador nos dá algumas dicas que, Os heróis são em grande maioria do passado, ao ser reproduzidos ou lembrados em cerimonias, nos livros didáticos da escola, nas palestras faz com que mesmo sendo do passado, os bandeirantes, por exemplo, foram do seculo XVIII, mas tornam se atuais. A gente trata os como sendo de nossa época que segundo o pesquisador cria no espectador um efeito de realidade e aceitação do que é representado. A ideia de se criar imagens “reais” e “vivas” do passado, atendendo a um projeto nacionalista específco dos grupos no poder, foi uma constante dentro da nossa construção política e identitária. É o processo de “heroificação”

Assim, segundo   Raoul Girardet,  esses heróis podem ser:

“Herói Idoso” – Aquele que teve altos cargos, conquistou fama nas lutas do passado, é experiente e moderado. Em um determinado momento, atendendo o “chamado” de seu povo, essa fgura abandona o projeto de uma velhice tranquila para “salvar” a pátria. Assim, sua tarefa seria a de apaziguar, proteger, restaurar a ordem e a paz social.

Exemplo: Getúlio Vargas.


“Herói Jovem” – Aquele que, mesmo com pouca experiência, está disposto a se “sacrifcar” pelo seu


povo. Ele é corajoso e não reluta em fazer aquilo que deve ser feito, se caracterizando também pelo ímpeto e pela audácia conquistadora da juventude em busca da glória

Exemplo : Dom Pedro I e a Imperatriz Leopoldina na época do nascimento do Brasil 1822.




“Herói Providencial” - Aquele que representa os fundamentos da pátria e as antigas instituições. Baseado nesses elementos do passado, ele pretende “enfrentar” os desafios do presente, se considerando também o “guardião” da memória nacional.

Exemplo : Dom Pedro II


“Herói Profeta” - Aquele que, supostamente conduzido por um impulso “sagrado”, pretende “guiar” o seu povo pelos caminhos do futuro. São ótimos oradores e, com muito carisma, vincula o seu destino pessoal ao destino coletivo.

Exemplo : Antônio Conselheiro


Percebam que a utilização do passado no sentido de apontar os usos da história como meio para adquirir legitimidade política e benefícios frente a questões e posicionamentos sociais específicos. Ao longo de nossa história, vários interesses distintos trabalharam no campo da seleção de acontecimentos. 

Vejam que trata se de conflitos de interesses que envolvem os sistemas de reconstrução dos acontecimentos históricos nacionais. Em cada momento, na construção de uma nação e de um povo como brasileiro, há um jogo de forças! O grupo dominante sempre deseja impor seus heróis á nação. Por isso você percebe porque temos dificuldade em identificar heróis nacionais negros, indígenas e pobres no Brasil. O Brasil  tinha que branco. Masculino. Católico etc…. É uma verdadeira “queda de braço” em torno de símbolos e elementos identitários que constituem a nossa brasilidade.




quarta-feira, 12 de outubro de 2022

O COLONIALISMO NOS MOLDOU?

 

Na aula anterior os alunos fizeram duas entrevistas cada um. 

O questionário foi apresentado na aula "Orgulho de ser brasileiro" Questionário 

Nessa aula retomo a discussão, tendo por base o resultado das entrevistas postadas na plataforma digital. 

Pegamos as resenhas das entrevistas para direcionar á proxima etapa. 


Direcionei as marcas da colonização 
no Brasil, o resultado das pesquisas REALMENTE revelaram um sentimento que se relaciona com essas marcas. A presença ou a falta de uma brasilidade descolonizada será um dos objetivos dessa aula. 

A colonização deixou marcas em nós brasileiros/as? Como superar essas marcas? 

ACESSE AQUI OS SLIDES DA AULA

ATIVIDADE 05


segunda-feira, 10 de outubro de 2022

ELEMENTOS DE UMA BACIA HIDROGŔAFICA

 Temos a seguir um slide com a temática "Elementos de uma bacia Hidrográfica". 

Nessa aula preparamos um material para discutir Hidrologia. Tendo como foco a definição de bacia hidrográfica e rede hidrografica. Nascimento e formação de um rio. os regimes de um rio. Os sentidos de um rio, seu perfil bem como os sentidos de um rio. Os tipos de foz tambem é abordado. 

Elementos de uma bacia hidrográfica