sexta-feira, 28 de abril de 2023

APONTAMENTOS FILOSÓFICOS - 1

O QUE É FILOSOFIA?


• As perguntas filosóficas são diferentes das usuais. São questionamentos, em geral, relacionados à essência e à natureza das coisas.

O objeto da filosofia é toda a realidade, incluindo as relações humanas e outras áreas do saber, como a Matemática e a História. Além disso, a filosofia é essencialmente um modo de vida.

Muitas perguntas e respostas foram desenvolvidas ao longo da tradição filosófica.


OS PROBLEMAS FILOSÓFICOS


• O termo “filosofia” vem do grego e significa “amor à sabedoria, ao conhecimento”.

O filósofo busca a sabedoria, enquanto o sábio, por definição, já a possui.

Faz parte da natureza do ser humano o desejo de conhecer e compreender o mundo, como ensinava Aristóteles.

A filosofia atua em uma busca permanente das questões mais essenciais para a vida humana.

Como parte da condição humana, a filosofia pode fazer parte da vida de todos


A NATUREZA DA FILOSOFIA:

1- A Filosofia para Platão - em O banquete – Lá ele apresenta o filósofo em uma situação intermediária entre a sabedoria e a ignorância.

2 - Conhecimento contemplativo, valorização da razão. A a filosofia se faz no ócio.

3 - Disciplina centrada em problemas, com pontos em comum com outras ciências.


Os problemas – abstratos, gerais e fundamentais –, Constitui as bases de outras ciências.

Apesar de ser uma disciplina teórica, a filosofia tem efeitos práticos nas ciências sobre as quais

ela reflete e também no cotidiano, com as mudanças culturais que pode trazer.


Para o filósofo britânico Bertrand Russel

- A filosofia é uma forma de superar o senso comum.

- Os questionamentos próprios dessa forma de conhecimento nos ajudam a superar uma visão limitada e finita sobre o mundo.

-A atividade filosófica não culmina em respostas para as dúvidas dos seres humanos, mas na compreensão de que a realidade é complexa e subjetiva.


A FILOSOFIA ANTIGA


Antes da Filosofia – Os mitos


-Desde O INICIO A Filosofia LIDOU COM TEMAS ABRANGENTES

-Os primeiros filósofos, por exemplo, pensavam sobre a

cosmologia, sobre a natureza (physis).

Sócrates considerava que o principal objeto da filosofia deveria ser uma reflexão sobre a melhor maneira de viver.

É inegavel que a democracia, logo um ambiente aberto ao diálogo racional, é uma condição importante, se não necessária, para o desenvolvimento da filosofia.


Abrangência dos problemas filosóficos.

Demócrito e Sócrates são exemplos de pensadores que teorizaram sobre a natureza da felicidade e os preceitos para uma boa vida.

*Antes da filosofia, os questionamentos sobre o sentido da existência humana, de suas relações e do Universo estavam sob a dimensão religiosa/mitológica.


*A dimensão religiosa/mitológica - procura explicitar, aprofundar e sistematizar.

* O fato de ser racional faz que a filosofia deixe sempre evidente suas premissas, as relações lógicas entre os argumentos e a ligação necessária com a descrição da realidade.

*A democracia ter se desenvolvido quase concomitantemente à filosofia – ambas invenções gregas. Assim, é possível afirmar que a liberdade de pensamento e o desenvolvimento das capacidades racionais/filosóficas estão conectados.


Tales de Mileto, para quem a água era o princípio de todas as coisas.
*Os primeiros filósofos tinham como objetivo principal a busca pela compreensão da natureza (physis), por meio do esclarecimento do conceito de arché: origem de todas as coisas, elementos comuns a todas as coisas e aquilo que permite as mudanças.





terça-feira, 25 de abril de 2023

CORREÇÃO - DIREITOS HUMANAOS ETICA E CIDADANIA

 ITINERÁRIO – CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS

CURSO : DIREITOS HUMANOS, ÉTICA E CIDADANIA

LISTA DE EXERCÍCIOS 01


TEXTO I

A democracia, de uma certa maneira, é a utilização de um sistema por alguns, os mais numerosos e menos favorecidos, para obter vantagens daqueles que os gregos chamam os melhores, os mais ricos. Na prática, encontramos, mesmo assim, um equilíbrio: a reivindicação extrema, a da partilha das terras, não será jamais realizada em Atenas. Contudo, não se deve cair em uma visão idealizada das coisas: a democracia é o perigo permanente da guerra civil [...].

VERNANT, J. P. Os gregos inventaram tudo. Folha de S.Paulo, 31 out. 1999. Entrevista concedida à Folha de S.Paulo on-line, Caderno Mais. Disponível em: www.primeiraversao.unir.br/atigos_pdf/numero043Vernant.pdf. Acesso em: 7 fev. 2017.

TEXTO II

A vida na pólis exigia de todos os cidadãos que se dedicavam à atividade política uma razoável cultura e certa facilidade na eloquência. [...] Aparece, então, a figura do sofista. Ele se atribui o encargo de instruir os filhos da aristocracia na gramática, na literatura, na filosofia, na religião e, principalmente, na retórica, que, como diz Platão: “é o entendimento das coisas da família, de modo que se possa administrar otimamente a própria casa, e das coisas da cidade, de modo que se alcance, na cidade, o poder tanto de realizar como de discorrer”.

MONDIN, B. Curso de filosofia. v. 1, 3 ed. Benôni Lemos (Trad.). São Paulo: Paulinas, 1981, p. 39-40.


Atenas foi o berço da democracia, porém, de acordo com os textos reproduzidos, entre a democracia e a cidadania, havia tensões e limites, tais como

Alternativas:

A - o direito à cidadania ser exclusivo dos habitantes mais ricos de Atenas, mesmo daqueles cujos pais fossem estrangeiros.(havia uns mais ricos que outros)

B - as mulheres, os escravos, as crianças e os estrangeiros serem excluídos do direito à cidadania e da participação política.

C - os cidadãos serem os homens e as mulheres de origem aristocrática, com formação nas artes poéticas e sofísticas.(não tinham direito à cidadania nem à participação política.

D - os ricos terem o poder de comprar seus direitos e os de seus escravos à cidadania, excluindo o restante da população.(Escravos e estrangeiros, mesmo com posses, não tinham acesso à cidadania ateniense, ficando excluídos da participação política)

E - o direito ao voto não estar associado à cidadania, permitindo que quaisquer pessoas pudessem deliberar na vida da cidade. (O direito ao voto cabia tão somente aos cidadãos atenienses.)







Uma das características mais generalizadas da cultura política grega refere-se ao conceito de “cidadania”, que no nosso entendimento é um dos baluartes de fortalecimento do individualismo ocidental a partir da emanação dos pensadores clássicos do renascimento europeu no século XVII.


Essa noção define a vinculação da pessoa a uma determinada prática do cotidiano, tendo como suporte a polis, estabelecido por laços de solidariedade familiar e concomitantemente a uma permanente participação política em defesa da cidade política e da obrigação ou dever de externar seus pensamentos, vedando definitivamente o anonimato.


Praticamente todas as cidades gregas tinham como fundamento a valorização do ser humano como cidadão participativo e dotado de valores individuais, sobretudo nas suas qualidades políticas de exercer sua visão do mundo político.

No entanto, a contribuição grega com a questão da cidadania trouxe, em suas entranhas, um sentimento de aristocratilização [...]. 

VASCONCELOS, Carlos Alberto. Elos de democracia e cidadania: o caso ateniense. REP – Revista Espaço Pedagógico, v.14, n. 2, Passo Fundo, p. 116, 2007.

As contribuições das cidades-Estado gregas para a humanidade, e de forma mais acentuada para o mundo ocidental, são inúmeras. Atenas, por exemplo, é considerada a cidade-mãe por sua forma de política e governo: a democracia. Entre as características da democracia ateniense destaca-se


A - a participação de idosos, mulheres e estrangeiros com idade acima de 21 anos nas assembleias, com direito a pleito. (direito ao voto e à participação política não eram estendidos aos estrangeiros e às mulheres)


B - a escolha de juristas, por meio do voto popular, para as assembleias, nas quais eram deliberadas todas as ações concernentes a polis. (Os candidatos das votações na polis não eram apenas da classe jurídica)


C - a participação política restrita aos homens livres e atenienses, que decidiam diretamente sobre os diversos assuntos da cidade.


D - o banimento do sistema escravista, resultante de guerras ou de dívidas, o que tornava a democracia ateniense ampla e irrestrita.(Atenas beneficiou-se por muitos anos do sistema escravista. Os escravos não eram cidadãos)


E - o governo do rei sábio, com o auxílio dos filósofos e dos militares, que votavam sobre assuntos executivos, mas não de mudança de comando.(não condiz com a proposta democrática grega, entretanto aproxima-se da perspectiva política pensada por Platão)









O Brasil pode entrar novamente no mapa da fome”. A declaração de Francisco Menezes, coordenador do Ibase, em matéria do Jornal O Globo – repercutida em várias outras publicações – remete-se a um país que todos achávamos ter ficado para trás. Um passado de luta para que brasileiras e brasileiros tivessem o mínimo para sua sobrevivência, para que tivessem o que comer. Herbert de Souza, o Betinho, é um ícone desse movimento. [...]

Lembrar é viver. Betinho se foi, docemente, em casa, com amigos e Maria, 20 anos atrás. Mas a lembrança de sua ousadia em pensar e fazer, em sonhar e propor, em criticar e agir, sem perder o humor, ficará sempre viva”, ressalta Cândido Grzybowski, assessor de direção do Ibase e um dos idealizadores do evento, que ainda resume a importância de trazer de volta a figura de Betinho: “Ele encampou em seu corpo franzino uma motivação profundamente humana e ética, uma enorme capacidade de indignar-se frente à mínima injustiça e uma corajosa e generosa luta na promoção dos direitos e da cidadania”.

Disponível em: http://ibase.br/pt/noticias/semana-betinholembra-20-anos-da-morte-de-herbert-de-souza/.

Nos anos de 1990, acentuou-se a discussão acerca da pobreza e exclusão no Brasil. Apontamentos como as desigualdades sociais, o elevado índice de fome, o analfabetismo e fatores socioculturais foram debatidos e combatidos por personagens como o sociólogo Herbert de Souza, o “Betinho”, que morreu em agosto de 1997. Considerando o cenário histórico e sociológico, assim como a exclusão social, pode-se afirmar que a pobreza, a fome e as disparidades sociais no Brasil têm por principal(is) fundamento(s)

Alternativas:

A

o tipo de colonização, o extenso processo de escravismo, a exclusão étnica, o tardio processo de desenvolvimento, a dependência econômica em relação aos organismos internacionais, a corrupção sistêmica, a má distribuição de renda, entre outros.

B

o problema climático e a seca na região do nordeste brasileiro, o que configurou um modelo localizado de fome e exclusão, dificultando a ação de ONGs ou de agências governamentais no combate à fome nessas regiões. não é correto afirmar que esses problemas estejam localizados apenas lá; além disso, o enunciado exige uma análise do contexto nacional

C

a falta de iniciativas da sociedade e das instituições públicas, que corroboram para o agravamento de tais problemas, pois o cidadão comum compreende que tais ações são de obrigatoriedade da gestão pública. O texto de apoio não dialoga com a alternativa, pois demonstra iniciativas oriundas da sociedade no combate à exclusão e à fome.

D

a ausência de engajamento político das camadas atingidas por tais problemas, o que acentua o aspecto de exclusão, dado que o desinteresse pela discussão política é um fator quase cultural no Brasil, assim como afirma o senso comum: “política não se discute”. Historicamente, veem-se iniciativas que nascem de movimentos populares e tomam proporção de amplitude pública nos debates políticos e sociais.

E

os desdobramentos da crise econômica mundial que afetou o Banco Central Europeu e, por conseguinte, as nações parceiras da Europa, entre elas, o Brasil, que viu aumentados os índices de desemprego e exclusão – os maiores da história contemporânea. A crise citada na alternativa e seus desdobramentos correspondem à crise de 2012, portanto não dialogam com o texto de apoio nem com o enunciado,

Alternativa correta:

A

Resolução:

O enunciado solicita ao leitor que indique fatores que expliquem a desigualdade social no Brasil a partir de um cenário histórico e social debatido na década de 1990. Portanto, os fatores têm origem histórica no processo de colonização, dando início a um longo período de escravidão de negros africanos, nativos e seus descendentes. Além disso, o país sofreu com o tardio progresso industrial, com a dependência econômica de organismos internacionais, assim como com o alastramento da corrupção em todas as esferas da sociedade, entre outros fatores.