terça-feira, 30 de junho de 2020

escola é ... ( mestre Paulo Freire)

... o lugar que se faz amigos. 
Não se trata só de prédios, salas, quadros, Programas, horários, conceitos... 
Escola é, sobretudo, gente, 
Gente que trabalha, que estuda, 
Que alegra, se conhece, se estima. 
O diretor é gente, O coordenador é gente, 
O professor é gente, 
O aluno é gente, 
Cada funcionário é gente. 
E a escola será cada vez melhor 
Na medida em que cada um se comporte 
Como colega, amigo, irmão. 
Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”. 
Nada de conviver com as pessoas e depois, 
Descobrir que não tem amizade a ninguém. 
Nada de ser como tijolo que forma a parede, Indiferente, frio, só. Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, É também criar laços de amizade, 
É criar ambiente de camaradagem, 
É conviver, é se “amarrar nela”! 
Ora, é lógico... Numa escola assim vai ser fácil! 
Estudar, trabalhar, crescer, Fazer amigos, educar-se, ser feliz. 
É por aqui que podemos começar a melhorar o mundo.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

SOU IMIGRANTE

O poeta angolano Moisés Tiago António, ou simplesmente Moisés António, publicou no começo deste mês uma poesia sobre ser imigrante. Atualmente vivendo em Curitiba (PR), ele mantém uma página no Facebook chamada Moisés E A Poesia, onde estes e outros poemas podem ser encontrados.

O MigraMundo agradece a Moisés pela oportunidade de replicar a poesia!

Sou Imigrante

Sou Imigrante dalém
Lá do outro lado do oceano
Forçado a abandonar o país
Sim o país de origem
Que há séculos venho lutando
Querendo viver
Batendo as portas nunca descerradas
Sempre encerradas
Não tenho terra
Lá de onde eu venho
Do qual vós chamais
ou dizeis ser minha terra…
Eu era igual uma flecha
Querendo ir pra frente
Eu era cada vez mais puxada pra trás
Com mais força!
E de tanto me puxarem
Fui lançada veementemente
Para atingir o alvo
E vim aqui parar!
Sou Imigrante
Não tenho terra
Tudo é terra
Não importa se aqui ou lá!
Quem dera que não houvessem fronteiras!
Quem dera que não houvessem leis
Leis essas que nos prendem, Separam,
Hostilizam, injuriam e abalam!
Oh, se não houvessem fronteiras
Divisões geográficas
E que todos os homens fossem só homens!
Sem distinção de cores, raças, nacionalidades!
Que culpa tenho eu em ser Preto ou branco?
Cristão ou muçulmano? Hindu ou Budista?
Judeu ou Samaritano?
Se talvez as raças negra ou branca, não existissem!
Na verdade, não existem
O que apenas existe é…
Raça humana!
Sou Imigrante, emigrante, migrante
Resistente, com força pra viver, almejando viver
Sou resistível como um Leão da África
Tenho garras de um falcão do mato
Sou persistente como a onda movível
Porém, me respeitem!
Só quero viver a vida…
Porque a terra é nossa, de todos nós
Feito por Deus e entregue à todos os homens
Não importa se aqui ou lá!

A CIDADE (CHICO SCIENCE)

Oi minha amada veja o que eu vou lhe contar
Não se preocupe que eu não vou lhe perturbar
Eu tenho pena de ver o seu sofrer
Aí meu canto e vamos nós juntinho viver
Eu tenho pena de ver o seu sofrer
Boa noite pra quem chegou
Boa noite pra quem 'tá chegado
O sol nasce e ilumina as pedras evoluídas
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas
Não importa se são ruins, nem importa se são boas
E a cidade se apresenta centro das ambições
Para mendigos ou ricos e outras armações
Coletivos, automóveis, motos e metrôs
Trabalhadores, patrões, policiais, camelôs
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade se encontra prostituída
Por aqueles que a usaram em busca de saída
Ilusora de pessoas de outros lugares
A cidade e sua fama vai além dos mares
No meio da esperteza internacional
A cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu
Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu
Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu
Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu
Num dia de sol Recife acordou
Com a mesma fedentina do dia anterior
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
Fonte: LyricFind
Compositores: Chico Science
Letra de A Cidade © Sony/ATV Music Publishing LLC

MINHA CIDADE ( POEMA DE MELISSA MIRANDA)


EU MORO EM UMA CIDADE
ONDE SE OUVE AS FOLHAS NO CHÃO
ONDE EXISTE TRAQUILIDADE
SE É OUTONO OU SE É VERÃO

ACONCHEGANTE E PACATA
POSSO BRINCAR NA RUA
ONDE OUÇO O CANTAR DOS PÁSSAROS
AO CLAREAR DA LUA

AQUI EXISTE FAMOSO FESTEJO
QUE ATRAI GENTE DE TODO LUGAR
A FESTA DO PADROEIRO
TODOS VÃO COMEMORAR

TEM O OLHO D’ÁGUA DOS PADRES
QUE ANTES ELES IAM SE BANHAR
TEM A CASA PAROQUIAL, A IGREJA, O ALTAR
E A PRAÇA DOS ROMEIROS
PATRIMÔNIO DO LUGAR

TEM MUITA GENTE DECENTE
COM HISTÓRIAS PRA CONTAR
TEM GENTE DESMANTELADA
QUE NEM TEM O QUE LEMBRAR
MAS O QUE É MAIS IMPORTANTE
É QUE AMO ESSE LUGAR.

Com este poema a jovem Melissa Miranda, de 10 anos, foi escolhida em um concurso nacional de redação para representar o estado do Piauí, em outra etapa do projeto a ser realizada em Fortaleza.

Melissa Miranda é estudante do quinto ano da escola Raimunda Alves Nogueira da cidade de Santo Inácio do Piauí.