quinta-feira, 11 de maio de 2023

A SUSTENTABILIDADE EM UM PROJETO DE VIDA


Que ideias essas imagens traduzem?


É interessante como somos tentados a tratar as coisas em caixinhas. Somos incapazes de perceber como tudo depende do todo!
Talvez, seja esse o maior dilema da contemporaneidade. O tecnicismo, cientificismo e a especialização nos engessou enquanto seres humanos.
Em um mundo de lacrações e redes sociais nos tornamos sabedores de tudo, acreditamos e creditamos confiança em influencers, desde que possuam milhões de seguidores.
Outro muro a ser transposto é o imediatismo. Tudo tem que ser rápido e conciso. As ideias tem que ser apresentadas em vídeos de 1 minutos do aplicativo TikTok por exemplo!
Assim, não refletimos! Tudo fica na superficialidade! Por isso acabamos deixando de lado as reflexões mais duradouras.
Como discutir Projeto de Vida nesse contexto?
A sociedade atual marcada pelo digital parece nos convencer a deixar nossos projetos de vida, mais enxuto. Ou seja, reduz nossos sonhos a uma carreira brilhante capaz de nos premiar com um crescimento econômico e uma inserção na sociedade de consumo.
Isso tem feito com que deixemos em segundo plano as nossas relações. E o pior! Esquecemos da magia do CUIDADO. Não cuidamos de nós, nem dos nossos e muito menos, do planeta!
Em pleno neoliberalismo somos tentados a terceirizar as responsabilidades!
Mesmo sabendo que temos sim responsabilidades com o cuidado ao meio e a responsabilidade com as futuras gerações infelizmente nem sempre tratamos como problemas nossos!
Em meio a tudo isso, algo nos é peculiar! Queremos construir nossas vidas e sonhos!
Isso parece, em primeiro plano ser uma aspiração individual e familiar. Mesmo conscientes de que nosso futuro cabe a nós trilhar com autonomia e protagonismo, mas é também inegável que nossas famílias investem tempo e dinheiro nos formando e desejamos atendê-los.
Os Projetos de Vida então adquirem um contorno privado! Isso não é errado, claro! Afinal a meritocracia preceitua que cada um tem a promoção que merce. Logo, porque devo me preocupar com o outro? O outro se desejar que se esforce não é mesmo? O que eu devo á sociedade? Afinal eu e minha família, estamos investindo em minha formação! E o planeta e o meio ambiente? O que eu devo de satisfação para a sociedade?
Não devemos perder de vista que nossa existência e planos de futuro estão atreladas aos outros, á sociedade e ao planeta como um todo.
È impossível acreditar na construção de um projeto de vida individual! Sempre dependemos dos outros. Igualmente podemos afirmar que nossos projetos de Vida devem, de forma inegável considerar os pressupostos da sustentabilidade!
Mas como assim? Sustentabilidade não tem a ver com o meio ambiente? Ao cuidado que devemos ter com o nosso planeta?
Bem, explico!
Primeiramente temos que entender que a Sustentabilidade é um conceito que se aplica não apenas às questões sociais e ambientais, mas também às questões pessoais. É importante compreendermos que a construção de projetos de vida sempre envolve outras pessoas, mesmo que indiretamente. Não faz sentido, por exemplo, uma empresa que instala uma fábrica, gerando emprego para a comunidade local, mas não se preocupa com as normas ambientais, deixando um ambiente não saudável, poluído e contaminado! Por ser você o protagonista de seu Projeto de Vida, cabe a você trazer á tona seus valores, concepções e posturas éticas.
Assim, do que adianta você ter uma trajetória profissional farta de reconhecimento financeiro mas ter que interromper a caminhada por um problema de saúde inesperado? Portanto cuidar da alimentação, isso equivale a um consumo consciente, dos recursos naturais e energéticos. Lutar por áreas verdades nas cidades, transportes coletivos de qualidade com pouca emissão de carbono e acessível a todos. Estar na luta por redução das desigualdades sociais, de renda e de gênero, afinal seu projeto de vida só fará sentido se você estiver disposto a compartilhar seus sonhos e seus projetos com vistas a garantir um presente e um futuro saudável para você, sua família, a sociedade e o planeta como um todo!

O CRESCIMENTO ECONÔMICO EM QUESTÃO, por Roniel Sampaio SILVA

Do Blog Café Com Sociologia

É comum associar como sinônimos os termos desenvolvimento e crescimento econômico.  Porém é preciso ter muita cautela nos usos desses conceitos para evitar confusões.  A ideia de crescimento sobrepõe-se como mais importante que desenvolvimento e coloca tal crescimento como a principal meta a ser almejada por um país.  Neste texto irei apontar de maneira geral a diferença entre os dois conceitos.
Embora  crescimento e desenvolvimento sejam interdependentes e tenha suas especificidades contextuais próprias é possível, grosso modo, fazer uma distinção introdutória sobre os conceitos. Enquanto o crescimento econômico está relacionado ao Produto Interno Bruto (PIB) e a produtividade do país, o desenvolvimento econômico vai mais além. Ele representa a aplicação das riquezas de modo que melhore a qualidade de vida das pessoas em aspectos como saúde, educação, alimentação e outros indicadores de bem-estar.
Um país que cresce economicamente a níveis altíssimos não necessariamente está revertendo os ganhos nacionais a sua população. Como é o caso do “milagre brasileiro” na década de 1970. Na ocasião, os altos índices de crescimento econômicos conduzido pelo governo militar não se reverteu em melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Segundo Singer (1972) como havia forte repressão de sindicato e movimentos sociais havia pouco espaço para melhoria de salário e condições de trabalho.
Para Bresser-Pereira (2008) desenvolvimento “é o processo de acumulação de capital e incorporação de progresso técnico ao trabalho e ao capital que leva ao aumento da produtividade, dos salários, e do padrão médio de vida da população” (p. 1).  Celso Furtado  (1967 )compreende o desenvolvimento como sendo uma superação do crescimento econômico, uma mudança qualitativa na economia de modo que não apenas as elites se beneficiem.
Um dos indicadores do desenvolvimento é a renda per capita. Porém, para Bresser-Pereira (2008) somente a renda per capita não é garantia de desenvolvimento se esta não for acompanhada  “por mudanças no plano das instituições, da cultura, e das próprias estruturas básicas da sociedade” (p. 4). Portanto, como não há crescimento econômico infinito. O PIB de um país sempre vai ser difícil de ser superado em relação ao ano anterior, é preciso ir além do modelo de obstinação do
crescimento econômico e buscar melhoria de outros aspectos da vida social e econômica dos cidadãos de um país.
REFERÊNCIAS
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Crescimento e desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 2008.
FURTADO, Celso (1967) Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Companhia Editora Nacional.
SINGER, Paul Israel. O” milagre brasileiro”: causas e consequências. São Paulo: CEBRAP, 1972.