segunda-feira, 28 de abril de 2025

A GUERRA FRIA E A BIPOLARIDADE

 

 Já pararam para pensar como o mundo se organiza politicamente? Hoje, vamos embarcar em uma viagem fascinante para entender a Ordem Mundial Bipolar, um período importantíssimo da história que moldou o cenário geopolítico que conhecemos hoje.   

Vamos aprender o que foi Ordem Mundial Bipolar,
um período em que o poder global estava concentrado em duas superpotências: os Estados Unidos e a União Soviética (URSS). Essa disputa entre os dois países influenciou a política, a economia e até a cultura de diversas nações ao redor do mundo, a bem da verdade, foi um período de grande tensão e transformações. Os Estados Unidos e a URSS representavam dois sistemas políticos e econômicos opostos, e essa disputa moldou o mundo em que vivemos hoje.

PARA APRENDER MAIS 

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segunda-feira, 21 de abril de 2025

AMÉRICAS EM XEQUE: Desvendando as Geopolíticas Atuais 🌎

 Das tensões EUA-China na nossa vizinhança à complexa teia de relações com Europa, Rússia, África e Oriente Médio, as Américas são palco de intensas dinâmicas geopolíticas.

Explore as mudanças recentes na polarização política da América Latina, a influência econômica de potências globais e os desafios urgentes como migrações e crises humanitárias. Entenda o histórico das relações com os Estados Unidos e as novas perspectivas com a União Europeia.

Quer compreender as forças que moldam o presente e o futuro das Américas? ACESSE AQUI O MATERIAL SOBRE ATUALIDADES GEOPOLÍTICAS DAS AMÉRICAS


Brasil em Movimento: Uma Introdução às Migrações Internas

 

Observe a distribuição da população brasileira no mapa atual e reflita sobre a ideia de um território configurado como um "arquipélago" humano, conectado por fluxos migratórios historicamente ligados à economia agroexportadora, isso, perdurou até mais ou menos até 1930, quando o Brasil entra no modelo urbano industrial. VAMOS nessa aula explorar a dinamica economica do Brasil, suas alterações na configuração terriotrial e na facilitação dos FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS

Para aprofundar sua compreensão sobre a evolução da ocupação e da mobilidade populacional no Brasil, acesse o slide da aula: 

[ACESSE O SLIDE AQUI]

sábado, 19 de abril de 2025

MÃOS DADAS, um poema de Carlos Drummond de Andrade

 Não serei o poeta de um mundo caduco. 

Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. 

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. 

Entre eles, considero a enorme realidade. 

O presente é tão grande, não nos afastemos. 

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.  

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela, não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes, a vida presente. 

sexta-feira, 18 de abril de 2025

9º Ano - Projeto de Vida e Protagonismo Juvenil - Texto "AMBIÇÃO E ÉTICA".

VAMOS  mergulhar em uma reflexão poderosa sobre dois pilares da nossa jornada: ambição e ética. O que te move? Onde você quer chegar? E, mais importante, quais limites você se impõe nessa busca? O renomado Stephen Kanitz nos provoca com uma visão perspicaz sobre a ordem dessas prioridades e como elas moldam não só nossos objetivos, mas também o tipo de pessoa que nos tornamos. Uma leitura essencial para quem busca sucesso com integridade!

ACESSE O TEXTO AQUI

O QUE É ÉTICA? Por Fernando Savater

Fernando Savater- Escritor e Filósofo Espanhol
 Há ciências que estudamos por simples interesse de saber coisas novas; outras, para adquirir uma habilidade que nos permita fazer ou utilizar alguma coisa; a maioria, para conseguir um trabalho e ganhar a vida com ele. Se não sentirmos curiosidade nem necessidade de realizar esses estudos, poderemos prescindir deles tranqüilamente. Há uma infinidade de conhecimentos muito interessantes mas sem os quais podemos nos arranjar muito bem para viver. Eu, por exemplo, lamento muito não ter nem idéia de astrofísica ou de marcenaria, que dão tanta satisfação a outras pessoas, embora essa ignorância nunca me tenha impedido de ir sobrevivendo até hoje. 

E você, se não me engano, conhece as regras do futebol mas é bem fraco em beisebol. Não tem maior importância, você desfruta os campeonatos mundiais, dispensa olimpicamente a liga americana e todo o mundo sai satisfeito.  O que eu quero dizer é que certas coisas a pessoa pode aprender ou não, conforme sua vontade. Como ninguém é capaz de saber tudo, o remédio é escolher e aceitar com humildade o muito que ignoramos. 

É possível viver sem saber astrofísica, marcenaria, futebol e até mesmo sem saber ler e escrever: vive-se pior, decerto, mas vive-se. No entanto, há outras coisas que é preciso saber porque, por assim dizer, são fundamentais para nossa vida. É preciso saber, por exemplo, que saltar de um balcão do sexto andar não é bom para a saúde; ou que uma dieta de pregos (perdoem-me os faquires!) e ácido prússico não nos permitirá chegar à velhice. Também não é aconselhável ignorar que, se dermos um safanão no vizinho cada vez que cruzarmos com ele, mais cedo ou mais tarde haverá conseqüências muito desagradáveis. 

Pequenezas desse tipo são importantes. Podemos viver de muitos modos, mas há modos que não nos deixam viver.  Em resumo, entre todos os saberes possíveis existe pelo menos um imprescindível: o de que certas coisas nos convêm e outras não. Certos alimentos não nos convêm, assim como certos comportamentos e certas atitudes. 

Quero dizer, é claro, que não nos convêm se desejamos continuar vivendo. Se alguém quiser arrebentar-se o quanto antes, beber lixívia poderá ser muito adequado, ou também cercar-se do maior número possível de inimigos. Mas, de momento, vamos supor que preferimos viver, deixando de lado, por enquanto, os respeitáveis gostos do suicida. 


Assim, há coisas que nos convêm, e o que nos convém costumamos dizer que é “bom”, pois nos cai bem; outras, em compensação, não nos convêm, caem-nos muito mal, e o que não nos convém dizemos que é “mau”. Saber o que nos convém, ou seja, distinguir entre o bom e o mau, é um conhecimento que todos nós tentamos adquirir - todos, sem exceção  - pela compensação que nos traz.  

Como afirmei antes, há coisas boas e más para a saúde: é necessário saber o que devemos comer, ou que o fogo às vezes aquece e outras vezes queima, ou ainda que a água pode matar a sede e também nos afogar. No entanto, às vezes as coisas não são tão simples: certas drogas, por exemplo, aumentam nossa energia ou produzem sensações agradáveis, mas seu abuso contínuo pode ser nocivo. Em alguns aspectos são boas, mas em outros são más: elas nos convêm e ao mesmo tempo não nos convêm. No terreno das relações humanas, essas ambigüidades ocorrem com maior freqüência ainda. A mentira é, em geral, algo mau, porque destrói a confiança na palavra - e todos nós precisamos falar para viver em sociedade - e provoca inimizade entre as pessoas; mas às vezes pode parecer útil ou benéfico mentir para obter alguma vantagem, ou até para fazer um favor a alguém. Por exemplo, é melhor dizer ao doente de câncer incurável a verdade sobre seu estado, ou deve-se enganá-lo para que ele viva suas últimas horas sem angústia? A mentira não nos convém, é má, mas às vezes parece acabar sendo boa. 

Procurar briga com os outros, como já dissemos, em geral é inconveniente, mas devemos consentir que violentem uma garota diante de nós sem interferir, sob pretexto de não nos metermos em confusão? Por outro lado, quem sempre diz a verdade - doa a quem doer - costuma colher a antipatia de todo o mundo; e quem interfere ao estilo Indiana Jones para salvar a garota agredida tem maior probabilidade de arrebentar a cabeça do que quem segue para casa assobiando. O que é mau às vezes parece ser mais ou menos bom e o que é bom tem, em certas ocasiões, aparência de mau. Haja confusão!  Saber viver não é tão fácil, pois é preciso lidar com diversos critérios opostos. Em matemática ou geografia, há sábios e ignorantes, mas os sábios estão quase sempre de acordo quanto ao fundamental. 

No viver, por outro lado, as opiniões estão longe de ser unânimes. Se alguém prefere levar uma vida emocionante, pode dedicar-se aos carros de Fórmula 1 ou ao alpinismo; mas quem preferir uma vida segura e tranqüila fará melhor em buscar as aventuras no videoclube da esquina. Alguns garantem que o mais nobre é viver para os outros, mas há pessoas que acham que o mais útil é conseguir que os outros vivam para elas. Segundo certas opiniões, o que conta é ganhar dinheiro e nada mais, ao passo que outros afirmam que o dinheiro sem saúde, tempo livre, afeto sincero ou serenidade nada vale. Médicos respeitáveis mostram que renunciar ao fumo e ao álcool é um meio seguro de prolongar a vida, e os fumantes e bêbados respondem que com essas privações sua vida logo se tornaria muito mais frouxa. E assim por diante.  À primeira vista, a única coisa com que todos nós concordamos é que não concordamos com todos. Mas observe que também essas opiniões diferentes coincidem em outro ponto, ou seja, nossa vida é, pelo menos em parte, resultado daquilo que queremos. 

Se nossa vida fosse algo inteiramente determinado e fatal, irremediável, todas estas considerações não teriam o menor sentido. Ninguém discute sobre se as pedras devem cair para baixo ou para cima: elas caem para baixo e ponto final. Os castores fazem diques nos rios e as abelhas favos de alvéolos hexagonais: não há castores que tentem fazer alvéolos de favo nem abelhas que se dediquem à engenharia 1 hidráulica. Em seu meio natural, cada animal parece saber perfeitamente o que é bom e o que é mau para ele, sem discussões ou dúvidas. Não há animais maus nem bons na natureza, embora talvez a mosca considere má a aranha que tece sua teia e a devora. Mas para a aranha isso é inevitável...  Vou lhe contar um caso dramático. Você conhece as térmitas, aquelas formigas brancas que, na África, constroem formigueiros impressionantes, de vários metros de altura e duros feito pedra. Como o corpo das térmitas é mole, por não ter a couraça de quitina que protege outros insetos, o formigueiro tem a função de uma grande carapaça coletiva que as defende contra certas formigas inimigas mais bem armadas do que elas. Mas às vezes um desses formigueiros desmorona por causa de uma inundação ou de algum elefante (os elefantes gostam de se coçar esfregando os flancos contra os termiteiros - o que fazer?). Logo as térmitas-operárias põem-se a trabalhar para reconstruir depressa a fortaleza danificada. E as grandes formigas inimigas lançam-se ao ataque. As térmitas-soldados saem para defender sua tribo, tentando deter as inimigas. Como não podem competir com elas nem em tamanho nem em armamentos, dependuram-se nas atacantes tentando frear sua marcha, e vão sendo despedaçadas pelas mandíbulas das inimigas. As operárias trabalham celeremente para voltar a fechar o termiteiro ruído... mas fecham-no deixando fora as pobres e heróicas térmitas-soldados, que sacrificam suas vidas pela segurança das outras. Será que elas não merecem pelo menos uma medalha? Não é justo dizer que são valentes?  Muda o cenário, mas não o tema. 

Na Ilíada, Homero conta a história de Heitor, o melhor guerreiro de Tróia, que, fora das muralhas de sua cidade, espera obstinadamente por Aquiles, o enfurecido herói dos aqueus, mesmo sabendo que este é mais forte e provavelmente irá matá-lo. Heitor faz isso para cumprir seu dever, que consiste em defender sua família e seus concidadãos do terrível atacante. Ninguém duvida de que Heitor é um herói, um autêntico valente. Mas não será Heitor heróico e valente do mesmo modo que as térmitas-soldados, cuja gesta milhões de vezes repetida nenhum Homero preocupou-se em contar? Heitor, afinal, não faz a mesma coisa que qualquer uma das térmitas anônimas? Por que seu valor nos parece mais autêntico e mais difícil do que o dos insetos? Qual é a diferença entre um caso e outro?  Simplesmente, a diferença está em que as térmitas-soldados lutam e morrem porque têm de fazê-lo, inevitavelmente (como a aranha que come a mosca). Heitor, por outro lado, sai para enfrentar Aquiles porque quer. 

As térmitas-soldados não podem desertar, nem se rebelar, nem se esquivar para que outras tomem seu lugar: estão programadas necessariamente pela natureza para cumprirem sua missão heróica. O caso de Heitor é diferente. Poderia dizer que está doente ou que não tem vontade de enfrentar alguém mais forte do que ele. Talvez seus concidadãos o chamem de covarde e o considerem descarado, ou talvez lhe perguntem se tem outro plano para deter Aquiles, mas é indubitável que ele tem a possibilidade de negar-se a ser herói. Por maior que seja a pressão dos outros sobre ele, sempre poderá escapar do que se supõe que deva fazer: não está programado para ser herói, nenhum homem está. Daí o mérito de seu gesto e o fato de Homero contar sua história com épica emoção. Ao contrário das térmitas, dizemos que Heitor é livre, e por isso admiramos seu valor.  Chegamos assim à palavra fundamental de toda essa confusão: liberdade. 

Os animais (sem falar nos minerais ou nas plantas) não têm outro remédio senão ser como são e fazer o que estão naturalmente programados para fazer. Não se pode repreendê-los ou aplaudi-los pelo que fazem, pois não sabem comportar-se de outro modo. Essa disposição obrigatória poupa-lhes, sem dúvida, muita dor de cabeça. Em certa medida, decerto, nós, seres humanos, também somos programados pela natureza. Somos feitos para beber água, e não lixívia, e, apesar de todas as nossas precauções, mais cedo ou mais tarde devemos morrer. E, de maneira menos imperiosa mas bem parecida, nosso programa cultural é determinante: nosso pensamento é condicionado pela linguagem que lhe dá forma (uma linguagem que nos é imposta de fora e que não inventamos para nosso uso pessoal) e somos educados dentro de certas tradições, hábitos, formas de comportamento, lendas...; em resumo, desde o berço nos são inculcadas certas fidelidades e não outras. Tudo isso pesa muito e faz com que sejamos bastante previsíveis. Voltemos ao exemplo de Heitor, de quem acabamos de falar. Sua programação natural fazia com que Heitor sentisse necessidade de proteção, abrigo e colaboração, benefícios que, bem ou mal, encontrava em sua cidade de Tróia. Também era muito natural que considerasse com afeto sua mulher Andrômaca - que lhe proporcionava companhia aprazível - e seu filhinho, por quem sentia laços de apego biológico. Culturalmente, sentia-se parte de Tróia e compartilhava com os troianos a língua, os costumes e as tradições. Além disso, desde pequeno fora educado para ser um bom guerreiro a serviço de sua cidade, e lhe disseram que a covardia era algo aversivo, indigno de um homem. Se traísse os seus, Heitor sabia que seria desprezado e, de um modo ou de outro, castigado. De maneira que também estava bastante programado para agir como fez, não é mesmo? E no entanto...  No entanto Heitor poderia ter dito: que vá tudo às favas! Poderia ter escapado de Tróia no meio da noite disfarçado de mulher, ou ter-se fingido de doente ou louco para não combater, ou ter-se ajoelhado diante de Aquiles oferecendo-lhe seus serviços como guia para invadir Tróia por seu lado mais vulnerável; também poderia ter-se entregado à bebida ou inventado uma nova religião que dissesse que não devemos lutar contra os inimigos mas oferecer a outra face quando nos esbofeteiam. Você me dirá que todos esses comportamentos teriam sido extraordinários, em vista de quem era Heitor e da educação que recebera. Mas é preciso reconhecer que não são hipóteses impossíveis, ao passo que um castor que fabrique favos ou uma térmita desertora não são algo extraordinário, mas estritamente impossível. Com os homens nunca é possível ter certeza absoluta, ao passo que com os animais ou com outros seres naturais sim. Por mais que sejamos programados biológica ou culturalmente, nós, seres humanos, sempre podemos, ao final, optar por algo que não esteja 2 no programa (pelo menos que não esteja totalmente). Podemos dizer ‘‘sim” ou ‘‘não’’, quero ou não quero. 

Por mais que nos vejamos acuados pelas circunstâncias, nunca temos apenas um caminho a seguir, mas vários. Quando falo de liberdade, é a isso que estou me referindo: ao que nos diferencia das térmitas e das marés, de tudo o que se move de modo necessário e inevitável. É certo que não podemos fazer qualquer coisa que queiramos, mas também é certo que não somos obrigados a querer fazer uma única coisa. Aqui convém fazer dois esclarecimentos a respeito da liberdade:  Primeiro: Não somos livres para escolher o que nos acontece (termos nascido num determinado dia, de determinados pais, num determinado país, termos um câncer ou sermos atropelados por um carro, sermos feios ou bonitos, os aqueus se empenharem em conquistar nossa cidade, etc.), mas livres para responder ao que nos acontece de um ou outro modo (obedecer ou nos rebelar, ser prudentes ou temerários, vingativos ou resignados, vestir-nos na moda ou nos fantasiar de urso das cavernas, defender Tróia ou fugir, etc.).  Segundo: Sermos livres para tentar algo não significa consegui-lo infalivelmente. A liberdade (que consiste em escolher dentro do possível) não é o mesmo que a onipotência (que seria conseguir sempre o que se quer, mesmo parecendo impossível). 

Por isso, quanto maior for nossa capacidade de ação, melhores resultados poderemos obter de nossa liberdade. Sou livre para querer subir o monte Everest, mas, em vista do meu estado físico miserável e de meu preparo nulo para o alpinismo, é praticamente impossível que eu consiga meu objetivo. Em compensação, sou livre para ler ou não ler, mas, como aprendi a ler quando pequeno, não será muito difícil fazê-lo se assim eu decidir. Há coisas que dependem da minha vontade (e isso é ser livre), mas nem tudo depende de minha vontade (senão eu seria onipotente), pois no mundo há muitas outras vontades e muitas outras necessidades que não controlo conforme meu gosto. Se eu não conhecer a mim mesmo e ao mundo em que vivo, minha liberdade às vezes irá esbarrar com o necessário. Mas - isso é importante - nem por isso deixarei de ser livre.., mesmo que me queime.  

Na realidade, existem muitas forças que limitam nossa liberdade, desde terremotos e doenças até tiranos. Mas nossa liberdade também é uma força no mundo, nossa força. No entanto, se você conversar com as pessoas, verá que a maioria tem muito mais consciência do que limita sua liberdade do que da própria liberdade. Muita gente lhe dirá: “Liberdade? Mas de que liberdade você está falando? Como podemos ser livres se nos fazem a cabeça através da televisão, se os governantes nos enganam e nos manipulam, se os terroristas nos ameaçam, se as drogas nos escravizam e se, além de tudo, não tenho dinheiro para comprar uma moto, que é o que eu desejaria?” Se você prestar um pouco de atenção, verá que aqueles que falam assim parecem estar se queixando mas, na verdade, estão muito satisfeitos por saber que não são livres. No fundo, eles pensam: “Ufa! Que peso tiramos de cima de nós! Como não somos livres, não podemos ter a culpa de nada que nos aconteça...” Mas tenho certeza de que ninguém - ninguém - acredita de verdade que não é livre, ninguém aceita tranqüilamente que funciona como um mecanismo inexorável de relógio ou como uma térmita. Podemos achar que optar livremente por certas coisas em certas circunstâncias é muito difícil (entrar numa casa em chamas para salvar uma criança, por exemplo, ou enfrentar um tirano com firmeza) e que é melhor dizer que não há liberdade para não reconhecermos que preferimos livremente o mais fácil, ou seja, esperar os bombeiros ou lamber as botas de quem está pisando em nosso pescoço. Mas em nossas entranhas alguma coisa insiste em dizer: “Se você quisesse...”  Quando alguém insistir em negar que nós, seres humanos, somos livres, aconselho-o a aplicar a essa pessoa a prova do filósofo romano. Na Antiguidade, um filósofo romano discutia com um amigo que negava a liberdade humana e afirmava que todos os homens não têm outro remédio senão fazer o que fazem. 

O filósofo pegou sua bengala e começou a golpear o amigo com toda a força. “Pare, chega, não me bata mais!”, dizia o outro. E o filósofo, sem parar de espancá-lo, continuou argumentando: “Você não está dizendo que não sou livre e que não posso evitar fazer o que faço? Pois então não gaste saliva pedindo-me para parar: sou automático.” Enquanto o amigo não reconheceu que o filósofo podia livremente deixar de golpeá-lo, o filósofo não suspendeu as bengaladas. A prova é boa, mas você só deve utilizá-la em caso extremo e sempre com amigos que não pratiquem artes marciais...  Resumindo: ao contrário de outros seres, animados ou inanimados, nós homens podemos inventar e escolher, em parte, nossa forma de vida. Podemos optar pelo que nos parece bom, ou seja, conveniente para nós, em oposição ao que nos parece mau e inconveniente. Como podemos inventar e escolher, podemos nos enganar, o que não acontece com os castores, as abelhas e as térmitas. De modo que parece prudente atentarmos bem para o que fazemos, procurando adquirir um certo saber-viver que nos permita acertar. Esse saber-viver, ou arte de viver, se você preferir, é o que se chama de ética.   

 Vá dando uma lida... “E se agora, deixando no chão o abaulado escudo e o forte capacete, e apoiada a lança contra o muro, saísse ao encontro do inexorável Aquiles, dizendo a ele que permitiria que os atridas levassem Helena e as riquezas que Alexandre trouxe a Ílio nas côncavas naves, que foi o que deu origem à guerra, e lhe oferecesse para repartir com os aqueus a metade do que a cidade contém e mais tarde tomasse o juramento dos troianos de que, sem nada ocultar, formariam dois lotes com todos os bens existentes dentro da formosa cidade?... Mas por que em tais coisas me faz pensar o coração?” (Homero, Ilíada) “A liberdade não é uma filosofia é nem sequer uma idéia: é um movimento da consciência que nos leva, em certos momentos, a pronunciar dois monossílabos: Sim ou Não. 

Em sua brevidade instantânea, como à luz do relâmpago, desenha-se o signo contraditório da natureza humana.” (Octavio Paz, A outra voz) “A vida do homem não pode ‘ser vivida’ repetindo os padrões de sua espécie; é ele mesmo -  cada um -  quem deve viver. O homem é o único animal que pode se enfastiar, que pode se desgostar, que pode sentir-se expulso do paraíso.” 

(Erich Fromm, Ética e psicanálise). SAVATER, Fernando. O que é ética? In: Ética para meu filho. São Paulo: Editora Martins Fontes, pp.17-32, 2000. Sobre o Autor: ele é catedrático de ética na Universidade do País Basco (Espanha). Publicou diversos livros sobre a matéria, entre os quais: La tarea Del héroe (Prêmio Nacional de Ensaio), Invitación a la ética (Prêmio Anagrama), El contenido de la felicidad, Humanismo impenitente. Em português, publicados pela Martins Fontes: Ética como amor- próprio, Ética para meu filho, Política para meu filho, O valor de educar.          

A ÁGUIA QUE QUASE VIROU GALINHA!

 

Texto de autoria indefinida, atribuída a James Aggrey, educador Ganense.


criado por IA





Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia e colocou-o no galinheiro junto com as galinhas.

Comia milho e ração própria para galinhas, embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.

Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:

–Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.

–De fato, disse o camponês, é águia. Mas eu criei como galinha. Ela não é mais uma águia.

Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.

–Não, retrucou o naturalista, ela é e será sempre uma águia, pois tem um coração de águia. Esse coração a fará um dia voar ás alturas.

–Não, não, insistiu o camponês, ela virou galinha e jamais voará como águia.

Então, decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:

–Já que você, de fato, é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!

A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos e pulou para junto delas.

O camponês comentou:

–Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!

–Não, tornou a insistir o naturalista, ela é uma águia, e uma águia será sempre uma águia. Vamos

experimentar novamente amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe:

–Águia, já que você é uma águia, abra as suas asas e voe!

Mas, quando a águia viu, lá embaixo, as galinhas ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.

O camponês sorriu e voltou à carga:

–Eu lhe havia dito, ela virou galinha!

–Não, –respondeu firmemente o naturalista –ela é águia, possuirá sempre um coração de águia.

Vamos experimentar ainda uma ultima vez.

Amanhã a farei voar. No dia seguinte, o naturalista e o camponês se levantaram bem cedo. Pegaram a águia, e foram para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol

nascente dourava os picos. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:

–Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe.

A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida, mas não voou.

Então, o naturalista segurou-a firmemente bem na direção do sol para que seus olhos pudessem encher-se da claridade e da vastidão do horizonte.

Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto.

Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento…

9º ANO - Um jogral – TEXTO DE SÉRGIO GONDINHO DE OLIVEIRA


A praia da Dona Chica

Gerada por IA


Leitor/a 1 - Em viagem a Anchieta, no Espírito Santo, fomos passar o dia em uma praia próxima à cidade, chamada Praia dos Coqueiros.

Leitor/a 2 - Tios, primos, amigos; uma festa. As crianças, inquietas, não conseguiam segurar o entusiasmo, antecipando grandes brincadeiras e enorme diversão.

Leitor/a 3 - A Praia dos Coqueiros é uma pequena enseada, delimitada por grandes pedras de ambos os lados. Alguns coqueiros e uma fileira de castanheiras enfeitam mais ainda a paisagem bucólica.

Leitor/a 1 - O acesso se faz descendo um estreito e íngreme caminho que vem da estrada que liga Anchieta a Iriri, situada em um nível bem mais alto. A vista ao descer esse morro é encantadora.

Leitor/a 2- Ao chegarmos, entretanto, fomos surpreendidos por uma situação inesperada: lixo por todo lado, de todos os tipos.

Leitor/a 3 - Papéis, pratos descartáveis, garrafas pet e diversos outros artefatos enfeavam aquela paisagem que, de outra forma, seria tão bonita.

Leitor/a 1 - Nosso desgosto foi tanto que pensamos em retornar e buscar outra praia – limpa! – mas, qual o quê: as crianças já estavam dentro d’água fazendo uma grande algazarra. Simplesmente, tarde demais.

Leitor/a 2- A contragosto, ocupamos uma das mesas que ficam em baixo de cada castanheira e pedimos, no único bar que serve a praia, refrigerantes, tira-gostos e, claro, uma cervejinha para os adultos.

Leitor/a 3 - Conversa vai, conversa vem, esvaziam-se as garrafas, esvaziam-se as travessas, esvaziam-se os pratos de papelão descartáveis.

Leitor/a 1- Realmente, o ser humano produz muito descarte... coitado do planeta!

Leitor/a 2 - Como ventava bastante, juntei tudo o que podia “voar” para jogar no lixo.

Leitor/a 3- Com as mãos transbordando de variadas tralhas, olho em volta... nada, nem uma lata, nem um cesto próximo à mesa onde estávamos.

Leitor/a 1- Aproximo-me de outra mesa, com certeza aquilo era uma exceção. Mas não. Em nenhuma das mesas, nenhum recipiente para depositar lixo.

Leitor/a 2- Levanto a vista e, bem longe, vejo um monturo de onde se desprendia fumaça. Chego lá, livro-me da carga e vou direto ao bar, onde peço para conversar com a proprietária, Dona Chica:

Leitor/a 3 Minha senhora, chegamos aqui neste lugar maravilhoso e ficamos tão impressionados com a sujeira poluindo a praia que quase decidimos ir embora. Mas, agora, descobri porque há tantos detritos sobre a areia. Não tem lixeira em lugar algum! As pessoas deixam os restos sobre as mesas e o vento espalha tudo sobre a praia.

Leitor/a 1 É mesmo, moço, o senhor tem razão. Não tem mesmo onde jogar o lixo.

Leitor/a 2Mas é tão simples resolver isto, né? Basta colocar uma lixeirinha pendurada em cada castanheira, assim cada mesa terá a sua. A praia ficaria limpa, mais bonita, provavelmente as pessoas a frequentariam mais.

Leitor/a 3 – É sim, moço, o senhor está certo, ia ser bom demais. Mas o prefeito não liga pra nós...



quinta-feira, 10 de abril de 2025

A REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA E A REVOLUÇÃO INFORMACIONAL

 Já pararam para pensar em como a gente chegou até aqui? De como as coisas evoluíram tanto, desde as fábricas do século XIX até os smartphones que não desgrudam da nossa mão? Pois bem, essa transformação toda não aconteceu por acaso. Ela é resultado de duas grandes ondas de mudança que chamamos de Revolução Técnico-Científica e Revolução Informacional.

Imagina só: lá na metade do século XIX, a galera percebeu que investir em ciência podia ser uma baita jogada para as empresas e para os governos ficarem mais poderosos. Foi aí que a coisa começou a esquentar! Grana na pesquisa gerou novas indústrias que a gente conhece bem, como a química, a dos carros, eletrônicos e até a biotecnologia. Essa explosão de novidades e de um jeito novo de produzir as coisas é o que chamamos de Revolução Técnico-Científica.  A ciência virou peça chave para a tecnologia avançar.

Só que a história não parou por aí! Na esteira dessa primeira revolução, veio outra ainda mais impactante para o nosso dia a dia: a Revolução Informacional. Depois da Segunda Guerra Mundial, processar informações virou prioridade. Governos e empresas botaram fé (e dinheiro!) no desenvolvimento de máquinas que pudessem fazer cálculos e ajudar até em estratégias militares. Foi nesse contexto que surgiram os "bisavôs" dos nossos computadores.

De lá pra cá, a coisa evoluiu numa velocidade incrível! Os computadores foram ficando menores, mais fáceis de usar e super eficientes, chegando nas indústrias, nos escritórios e, claro, nas nossas casas. Aí, pra completar, inventaram a internet, essa rede que conecta o mundo todo. E não parou por aí! Vieram as redes sociais, os smartphones… Enfim, uma avalanche de tecnologia que mudou completamente a forma como a gente se comunica, trabalha, se diverte e vive.

 Essa jornada da Revolução Técnico-Científica para a Revolução Informacional é super importante pra entender o mundo em que a gente vive hoje. Nos links abaixo, vamos mergulhar fundo nessas duas transformações, entender como elas aconteceram e quais foram seus principais impactos.

REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA: ACESSE AQUI

REVOLUÇÃO INFORMACIONAL: ACESSE AQUI



A Fascinante Jornada do Espaço Geográfico: Do Natural ao Digital

  Já pararam para pensar como o espaço ao nosso redor mudou ao longo da história? A gente vive em um mundo super conectado, cheio de tecnologia, mas nem sempre foi assim. A evolução do espaço geográfico é uma história incrível, marcada por diferentes fases e transformações. Vamos embarcar nessa viagem no tempo e entender como chegamos até aqui?

1. O Meio Natural: A Força da Natureza em Ação

  • Início: Desde o surgimento dos primeiros seres humanos.
  • Término: Aproximadamente até o desenvolvimento significativo de ferramentas e técnicas rudimentares. Podemos considerar um período bem longo, que abrange a Pré-História e as primeiras civilizações.
  • Fato(s) Histórico(s) Relevante(s): A própria origem e dispersão da espécie humana pelo planeta. A descoberta e o domínio do fogo foram cruciais para a sobrevivência e adaptação. A revolução neolítica que proporcionou o desenvolvimento das primeiras formas de agricultura, sedentarizou os seres humanos provocando mudanças significativa na relação do ser humano com a natureza e com seus semelhantes.
  • Características Principais:
    • A natureza era a principal força modeladora do espaço. 
    • A relação entre o ser humano e a natureza era de total dependência. 
    • As primeiras comunidades eram pequenas e nômades ou seminômades, buscando recursos para sua subsistência.
    • O conhecimento sobre o meio ambiente era fundamental para a sobrevivência, transmitido oralmente de geração para geração.
    • As transformações no espaço eram lentas e essencialmente ligadas aos processos naturais.


2. O Meio Técnico: A Mão Humana Transformando o Mundo

  • Início: Com o desenvolvimento de ferramentas e técnicas mais elaboradas, como a metalurgia e a construção de grandes obras. Podemos situar esse período a partir das civilizações antigas (Egito, Roma, etc.) e se estendendo pela Idade Média e o início da Idade Moderna.
  • Término: Com a Revolução Industrial, que marca uma mudança radical na produção e no uso da tecnologia.
  • Fato(s) Histórico(s) Relevante(s): O desenvolvimento da agricultura e da pecuária permitiu a sedentarização e o crescimento das primeiras cidades. A invenção da roda, do arado e de técnicas de irrigação aumentaram a produtividade. A construção de grandes obras como pirâmides, aquedutos e estradas demonstrou a capacidade humana de transformar a paisagem. As grandes navegações expandiram o conhecimento geográfico e conectaram diferentes partes do mundo.
  • Características Principais:
    • O ser humano começa a utilizar ferramentas e técnicas para modificar o meio natural de forma mais intensa.
    • A produção agrícola aumenta, permitindo o surgimento de excedentes e a divisão do trabalho.
    • As cidades se tornam centros de poder político, econômico e cultural.
    • O conhecimento técnico se desenvolve e se especializa, impulsionando novas invenções.
    • As transformações no espaço se tornam mais rápidas e visíveis, com a construção de infraestruturas e a exploração de recursos naturais.



3. O Meio Técnico-Científico-Informacional: A Era da Conexão e da Informação
  • Início: Com a Revolução Industrial, no século XVIII, e se intensifica com a Terceira Revolução Industrial (Revolução Técnico-Científica-Informacional) no século XX.
  • Término: Ainda estamos vivendo e desenvolvendo esse meio, que continua em constante transformação.
  • Fato(s) Histórico(s) Relevante(s): A Revolução Industrial, com a invenção da máquina a vapor e a produção em massa, transformou a economia e a organização do espaço. A Segunda Revolução Industrial, com a eletricidade, o petróleo e o desenvolvimento da indústria química e automobilística, intensificou a urbanização e a produção. A Terceira Revolução Industrial, marcada pela informática, a eletrônica, a biotecnologia e, principalmente, a internet, revolucionou a comunicação, a informação e a forma como interagimos com o espaço.
  • Características Principais:
    • A ciência, a tecnologia e a informação se tornam as principais forças motrizes da transformação do espaço geográfico.
    • A produção se torna altamente automatizada e globalizada.
    • A informação circula em velocidade impressionante, conectando diferentes partes do mundo em tempo real.
    • As cidades se expandem e se tornam cada vez mais complexas, com a formação de grandes metrópoles e redes urbanas.
    • Novas tecnologias transformam a agricultura, a indústria, os transportes e as comunicações.
    • Os impactos ambientais da ação humana se tornam mais evidentes e preocupantes.
    • O espaço virtual se torna uma dimensão importante do espaço geográfico, influenciando a forma como nos relacionamos, trabalhamos e nos divertimos.

A evolução do espaço geográfico é uma jornada contínua, impulsionada pela nossa capacidade de transformar o mundo ao nosso redor. Passamos de uma total dependência da natureza para um cenário onde a tecnologia e a informação moldam cada vez mais o nosso cotidiano. Entender essas diferentes fases é fundamental para compreendermos o mundo em que vivemos hoje e os desafios que enfrentamos para construir um futuro mais sustentável e equitativo.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

O Fim do Período Colonial em Mato Grosso: Uma Nova Fase

 


Vila Bela em Declínio:



A Igreja Matriz Imponente, uma lembrança da Glória de Vila Bela e um Jovem que mantem as tradicções

No final do período colonial, Vila Bela, que era a capital de Mato Grosso, já não era mais um lugar vibrante. Muitos comerciantes se mudaram para Cuiabá, restando na antiga capital apenas a elite portuguesa, composta por governantes e funcionários públicos. A vida em Vila Bela não era fácil: as constantes enchentes, o clima úmido e as doenças tornavam a região pouco atraente. Até mesmo os militares não viam muito futuro em permanecer por ali, desmotivados pela tranquilidade da fronteira.

A Chegada de Oeynhausen: Um Governador Popular (1807-1819)

Em 1807, Cuiabá recebeu com grande festa um novo líder: João Carlos Augusto d’Oeynhausen de Gravemberg. Ele era o penúltimo Capitão General de Mato Grosso e, após uma breve passagem por Cuiabá, seguiu para Vila Bela. No entanto, um ano depois, retornou a Cuiabá e governou a capitania dali por quase onze anos.


Oeynhausen conquistou a simpatia da população de Mato Grosso, especialmente dos moradores de Cuiabá. Ele era um governante popular, mas essa popularidade teve um preço alto: quando deixou o governo, a capitania estava com uma dívida enorme.

Apesar disso, Oeynhausen realizou importantes ações:

  • Educação e Saúde: Ele propôs a criação de um curso superior de Anatomia, fundou a Santa Casa de Misericórdia (que funciona até hoje) e o Hospital de São João dos Lázaros.
  • Economia: Criou uma Companhia de Mineração para explorar os minerais da região de forma mais organizada e enviou metalúrgicos para aprender novas técnicas na Fábrica de Ferro de Sorocaba. Além disso, incentivou o cultivo de algodão.
  • Infraestrutura e Serviços: Fundou a Escola de Aprendizes de Marinheiros em Cuiabá e abriu a concorrência para melhorar o abastecimento de água na capital.

Em 1819, Oeynhausen deixou o governo de Mato Grosso para assumir o cargo de Capitão General de São Paulo. Mais tarde, recebeu o título de Marquês de Aracati e foi nomeado governador de Moçambique, na África, onde faleceu.

A Curta e Turbulenta Administração de Magessi (1819)

Francisco de Paula Magessi de Carvalho sucedeu Oeynhausen e chegou a Cuiabá em janeiro de 1819. Ele só conheceu Vila Bela um ano depois. Um marco importante de sua gestão foi a elevação de Cuiabá à categoria de cidade, através de uma lei de setembro de 1818. Magessi também solicitou ao Príncipe Regente D. João VI que Cuiabá se tornasse oficialmente a nova capital da Capitania.

Magessi iniciou a construção de um quartel, uma olaria e uma fábrica de pólvora. No entanto, ele herdou os cofres públicos completamente endividados, com fornecedores cobrando pagamentos atrasados e salários de militares e funcionários públicos pendentes.


Sem muitas opções, Magessi teve que tomar medidas impopulares para tentar equilibrar as contas. Isso desagradou muito a população, e ele acabou sendo deposto do cargo em pouco tempo.

Em resumo: O final do período colonial em Mato Grosso foi marcado pela decadência da antiga capital, Vila Bela, e pela ascensão de Cuiabá como centro econômico e político. A administração popular de Oeynhausen trouxe avanços, mas deixou uma grande dívida. Já o governo de Magessi, que tentou lidar com essa crise, acabou sendo marcado pela impopularidade e pela deposição, sinalizando as dificuldades e as mudanças que Mato Grosso enfrentava no final do domínio português.

quarta-feira, 2 de abril de 2025

2ª Série_Desvendando o Mundo Atual: Geopolítica

 Nesta aula, vamos explorar como eventos históricos moldaram o cenário global que conhecemos hoje e como diferentes forças continuam a influenciar o curso da história.

Começaremos nossa exploração com a Organização das Nações Unidas (ONU), uma instituição fundamental criada após a Segunda Guerra Mundial para promover a paz e a segurança. Analisaremos como a herança desse conflito global ainda se reflete na estrutura e no funcionamento da ONU, especialmente no poderoso Conselho de Segurança.   

Em seguida, mergulharemos em um dos períodos mais marcantes do século XX: a Guerra Fria. Desvendaremos a bipolaridade que caracterizou esse confronto ideológico, a formação de alianças militares antagônicas e os conflitos indiretos que marcaram esse período.   

Ao longo desta aula, vamos refletir criticamente sobre a relevância da ONU no século XXI, os desafios da manutenção da paz em um mundo multipolar e as complexas dinâmicas de poder que moldam as relações entre as nações.   


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3ª Serie 2025 DESVENDANDO OS MISTÉRIOS DA GEOGRAFIA FÍSICA.

 INTRODUÇÃO

Prezados alunos, preparem-se para embarcar em uma jornada fascinante pelo mundo da Geografia Física! Nos próximos 80 minutos, vamos mergulhar nos processos que moldam nosso planeta, desde a formação de montanhas até os fenômenos climáticos mais intrigantes.

Nosso objetivo é ir além da memorização de conceitos, buscando uma compreensão profunda das dinâmicas que regem a Terra. Exploraremos temas cruciais para o ENEM e vestibulares, como a geologia dos escudos cristalinos, a força dos movimentos orogenéticos, os perigos da subducção e a sutileza do intemperismo.

Através de uma abordagem rigorosa e didática, desvendaremos os mistérios da noite polar, analisaremos a representação de dados geográficos em anamorfoses e discutiremos os impactos da exploração de recursos naturais.

Preparem-se para questionar, refletir e expandir seus horizontes geográficos. Que esta jornada seja enriquecedora e prepare vocês para os desafios do futuro!

1 - ESCUDOS CRISTALINOS NO BRASIL


Os escudos cristalinos, formações geológicas antigas e ricas em minerais metálicos, como ouro e cobre, representam verdadeiros tesouros para a geologia. Essas estruturas milenares, originadas de rochas ígneas e metamórficas, concentram recursos minerais valiosos, resultado de atividades vulcânicas ocorridas ao longo de milhões de anos. No contexto brasileiro, a Amazônia destaca-se por abrigar uma porção significativa do Escudo Cristalino Brasileiro, o que explica a abundância de reservas minerais no Brasil

A compreensão da formação e da importância dos escudos cristalinos é fundamental para a análise da distribuição de recursos minerais no planeta. Esses maciços antigos, diferentemente de ambientes cársticos, depósitos orgânicos e bacias sedimentares, são as principais fontes de minerais metálicos, devido à sua composição e à influência da atividade vulcânica. Embora as rochas metamórficas integrem os escudos cristalinos, a origem primordial dos metais reside nas próprias estruturas dos escudos.

Em suma, os escudos cristalinos são formações geológicas de grande relevância, tanto do ponto de vista econômico quanto científico. Seu estudo proporciona uma melhor compreensão da distribuição de recursos minerais e dos processos geológicos que moldaram a Terra ao longo de eras.

1 - Orogênese e epirogênese na fromação da crosta no Brasil

A crosta brasileira, moldada por forças tectônicas complexas, exibe uma história rica que se manifesta tanto em movimentos orogenéticos quanto epirogenéticos.

A orogênese, com o exemplo marcante da influência dos Andes, remodelou o relevo, alterando cursos fluviais e erguendo cadeias montanhosas. Contudo, a epirogênese, movimentos verticais da crosta, também desempenhou um papel significativo, ajustando o nível continental e contribuindo para a configuração atual do território. A diferença crucial reside na escala e no tipo de movimento: a orogênese forma montanhas por compressão horizontal, enquanto a epirogênese ajusta a altitude continental de forma ampla e vertical, ambas cruciais na formação da crosta brasileira.

Assim, a formação da crosta brasileira é um produto da interação entre orogênese e epirogênese, processos que demonstram a dinâmica da Terra e sua influência na geografia física do país.

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2 - LIMITES DAS PLACAS TECTÔNICAS

A dinâmica das placas tectônicas, com seus limites diversos, molda a superfície da Terra e desencadeia fenômenos naturais poderosos, especialmente nos limites convergentes.


Nos limites convergentes, a colisão de placas leva à subducção, onde uma placa mergulha sob a outra, liberando imensa energia. Esse processo é o principal causador de terremotos de grande magnitude e, consequentemente, de tsunamis. A proximidade do Japão, com a convergência da Placa do Pacífico e outras placas, exemplifica essa atividade, resultando em frequentes terremotos com epicentros rasos e a subsequente ameaça de tsunamis. Limites convergentes continentais criam cadeias montanhosas mas não estão ligados diretamente a tsunamis. Limites divergentes criam riftes e limites transformantes criam terremotos, mas nenhum cria tsunamis.

Assim, a compreensão dos limites convergentes e seus fenômenos associados, como a subducção, é essencial para entender a ocorrência de terremotos e tsunamis, revelando a poderosa e, por vezes, destrutiva interação entre as placas tectônicas.

3 - AGENTES EXÓGENOS/EXTERNOS - Destaque para o intemperismo.

Os agentes exógenos, como o intemperismo, são fundamentais na modelagem do relevo, atuando na decomposição e desagregação das rochas.

O intemperismo se manifesta de diversas formas: o físico, que fragmenta as rochas sem alterar sua composição química; o químico, que altera a composição mineral através de reações com água e gases; e o biológico, que envolve a ação de organismos vivos. Dentro do intemperismo físico, a termoclastia, comum em desertos, destaca-se por fragmentar rochas devido às variações extremas de temperatura, criando fendas regulares. A ação desses processos é crucial para a formação de solos e a modelagem de paisagens.

A compreensão dos diferentes tipos de intemperismo é essencial para interpretar a formação do relevo e os processos geológicos atuantes na superfície terrestre.


DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - 1948

  A  Declaração Universal dos Direitos Humanos  ( DUDH ) é um documento base não jurídico que delineia a proteção universal dos  direitos hu...