A África está separada da Europa pelo mar Mediterrâneo
e liga-se à Ásia na sua extremidade nordeste pelo istmo de Suez. No entanto, a
África ocupa uma única placa
tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a Placa Euro-asiática.
Do seu ponto mais a norte, Ras ben
Sakka, em Marrocos,
à latitude 37°21′ N, até ao ponto mais a sul, o cabo
das Agulhas na África do Sul, à latitude 34°51′15″ S, vai uma
distância de aproximadamente 8 000 km. Do ponto mais ocidental de
África, o Cabo Verde, no Senegal, à
longitude 17°33′22″ W, até Ras Hafun na Somália, à longitude 51°27′52″ E, vai
uma distância de cerca de 7 400 km.
Para além do mar Mediterrâneo, a
norte, África é banhada pelo oceano Atlântico na sua costa ocidental e pelo oceano
Índico do lado oriental. O comprimento da linha de costa é de
26 000 km.
Localização
Com uma área territorial de pouco
mais de 30 milhões de quilômetros quadrados, o continente africano
é o terceiro em
extensão. Cortam a África, três dos grandes paralelos
terrestres: Equador,
Trópico de Câncer e Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de Greenwich. Há cinco diferentes
fusos horários. O continente tem o formato
aproximado de um crânio humano visto de lado com o nariz - a península
da Somália
- apontado para leste.
Estendendo-se de 37 graus de latitude norte a 34 graus de latitude sul e de 18 graus de longitude oeste a 51 graus de longitude leste, o território
africano distribui-se pelos quatro hemisférios do planeta
Terra. Por outro lado, está compreendido em apenas duas zonas climáticas: a
zona
intertropical (equatorial e tropical
norte e sul) e temperada
do norte e do do sul.
A África apresenta litoral pouco
recortado e é banhada, a oeste, pelo oceano Atlântico; a leste, pelo oceano
Índico; ao norte, pelo mar Mediterrâneo; e a nordeste, pelo mar
Vermelho.
Dentre os acidentes geográficos
litorâneos, merecem destaque o golfo
da Guiné no Atlântico Sul; e o estreito de Gibraltar, entre o Oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo, junto da península Ibérica, na Europa. Há ainda no
leste do continente, a península da Somália,
chamada também de Chifre da África, e o golfo
de Áden, formado por águas do oceano
Índico e limitado pela península Arábica, que pertence à Ásia. Ao sul,
encontra-se o cabo da Boa Esperança.
A África não possui muitas ilhas ao seu redor. No Atlântico, localizam-se algumas, formadas por
picos submarinos, como as Ilhas
Canárias e a Ilha da Madeira, bem como os arquipélagos de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde.
No Oceano Índico encontram-se uma grande ilha — a de Madagáscar
— e outras de extensão reduzida, entre as quais Comores, Maurício e
Seychelles.
Relevo
O relevo africano,
predominantemente planáltico, apresenta considerável altitude média
- cerca de 750 metros.
As regiões central
e ocidental são
ocupadas, em sua totalidade, por planaltos intensamente erodidos, constituídos de rochas muito antigas
e limitados por grandes escarpamentos.
Os planaltos
contornam depressões cortadas por rios, nas quais também se
encontram lagos e
grandes bacias hidrográficas, como as do Nilo, do Congo, do Chade, do Níger,
do Zambeze, do
Limpopo,
do Cubango
e do Orange.
Ao longo do litoral,
situam-se as planícies costeiras, por vezes bastante vastas. Destacam-se,
a oeste e nordeste do continente,
quando se estendem para o interior. As planícies
ocupam área menor do que a dos planaltos. Podemos citar as planícies do Níger
e do Congo.
Na porção oriental da África
encontra-se uma de suas características físicas mais marcantes: uma falha geológica
estendendo-se de norte
a sul, o Grande Vale do Rift, em que se sucedem montanhas,
algumas de origem vulcânica e grandes depressões. É nessa região que se
localizam os maiores lagos do continente,
circundados por altas montanhas, de mencionar o Quilimanjaro
(5895 metros ),
o monte
Quénia (5199 metros )
e o Ruwenzori
(5109 metros ).
Podemos destacar ainda dois grandes
conjuntos de terras
altas, um no norte,
outro no sul do
continente:
- a Cadeia do Atlas, que ocupa a região setentrional do Marrocos, da Argélia e da Tunísia. É de formação recente a apresenta montanhas cujos picos chegam a atingir 4000 metros de altura; nesta região, o subsolo apresenta significativas reservas de petróleo, gás natural, ferro, urânio e fosfato.
- a Cadeia do Cabo, na África do Sul. É de formação antiga, culminando nos Montes Drakensberg, com mais de 3400 metros de altura.
Completando uma visão do relevo africano, é
possível observar ainda a existência de antigos maciços montanhosos em
diferentes pontos do continente: o da Etiópia,
formado a partir de erupções vulcânicas, o de Fouta Djalon e o de Hoggar, além de
vários outros.
O Planalto dos Grandes Lagos
assinala o início de inclinação do relevo africano, do leste para o continente,
que favorece a drenagem de bacias fluviais interiores, como as dos rios Congo, Zambeze
e Orange.
Clima
A linha do Equador divide a
África em duas partes distintas: o norte é bastante extenso no sentido leste-oeste; o sul, mais estreito,
afunila-se onde as águas do Índico
se encontram com as do Atlântico. Quase três quartos do continente
estão situados na zona intertropical da Terra, apresentando,
por isso, altas temperaturas com pequenas variações anuais.
Distinguem-se na África os climas equatorial,
tropical,
desértico e mediterrâneo.
O clima
equatorial, quente
e úmido o ano
todo, abrange parte da região centro-oeste do continente; o tropical quente com invernos secos domina quase
inteiramente as terras
africanas, do centro
ao sul, inclusive a ilha de Madagascar;
o clima desértico, por sua vez, compreende uma grande
extensão da África, acompanhando os desertos do Saara e de Calaari.
O clima mediterrâneo manifesta-se em pequenos
trechos do extremo norte
e do extremo sul do continente,
apresentando-se quente
com invernos úmidos. No Magrebe, a agricultura
é importante, cultivando-se vinhas, oliveiras, cítricos
e tâmaras,
enquanto que no sul, principalmente na península do Cabo, o vinho, introduzido pelos
imigrantes franceses,
no século
XVII, é igualmente uma fonte de riqueza local.
A pluviosidade
na África é bastante desigual, sendo a principal responsável pelas grandes
diferenças entre as paisagens africanas. As chuvas ocorrem com
abundância na região
equatorial,
mas são insignificantes nas proximidades do Trópico de Câncer, onde se localiza o Deserto do Saara, e do Trópico de Capricórnio, região pela
qual se estende o Calaari.
Localizados no interior do território
africano, os desertos
ocupam grande parte do continente. Situam-se tanto ao norte (Dyif, Iguidi, da Líbia - nomes regionais do Saara) quanto ao sul
(da Namíbia
- denominação local do Deserto de Calaari).
Hidrografia
Tendo as regiões norte e sul praticamente tomadas
por desertos,
a África possui relativamente poucos rios. Alguns deles são muito extensos e volumosos, por estarem
localizados em regiões
tropicais e equatoriais;
outros atravessam áreas desérticas, tornando a vida possível ao longo de suas
margens.
A maior importância cabe ao rio Nilo, o
segundo mais extenso do mundo (após o Solimões-Amazonas),
cujo comprimento é superior a 6.500 quilômetros.
Nasce nas proximidades do Lago
Vitória, percorre o nordeste africano e deságua no mar Mediterrâneo. Forma, com seus afluentes, uma
bacia de quase três milhões de quilômetros
quadrados, cinco vezes mais extensa que o estado de Minas
Gerais. O vale
do rio Nilo,
abaixo da confluência entre o Nilo Branco e o Nilo Azul, apresenta um solo
extremamente fértil, no qual se pratica intensamente a agricultura,
onde as principais culturas são o algodão e o trigo. As grandes
civilizações egípcia
e de Meroé,
na Antiguidade
existiram, em parte, em função de seu ciclo anual de cheias.
Além do Nilo, outros rios importantes para a
África são o Congo,
o Níger
e o Zambeze.
Menos extensos, mas igualmente relevantes, são o Senegal,
o Orange,
o Limpopo
e o Zaire.
No que se refere aos lagos, a África possui
alguns mais extensos e profundos, a maioria situada no leste do continente,
como o Vitória, o Rodolfo
e o Tanganica.
Este último, com quase 1.500
metros de profundidade,
evidencia com mais ênfase a grande falha geológica na
qual se alojaram os lagos.
O maior situado na região centro-oeste é o Chade.
Vegetação
Nas áreas de clima
equatorial as chuvas
são abundantes o ano
inteiro; graças à pluviosidade, a vegetação
dominante é a floresta equatorial densa e emaranhada. Ao norte e ao sul dessa faixa, onde o verão é menos úmido e a região está
sujeita às influências marítimas,
aparecem as savanas,
que constituem o tipo de vegetação
mais abundante no continente. Circundam essa região zonas
em que as temperaturas
são mais amenas, a pluviosidade menor e as estações
secas bem pronunciadas. Aí se encontram estepes, que, à
medida que alcançam áreas mais secas, tornam-se progressivamente mais ralas, até se
transformarem em regiões desérticas.
Ao longo do litoral do mar Mediterrâneo e da África
do Sul, sobressai a chamada vegetação
mediterrânea, formada por arbustos e gramíneas.
Nesta área concentra-se a maior parte da população
branca do continente.
Como parte significativa de sua vegetação
está preservada, a África conserva ainda numerosos espécimes de sua fauna: a floresta equatorial constitui abrigo,
principalmente, para aves
e macacos; as savanas e estepes reúnem antílopes,
zebras, girafas, leões, leopardos, elefantes, avestruzes e
animais de grande porte em geral.
SLIDE - ASPECTOS FÍSICOS DO CONTINENTE AFRICANO
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