sexta-feira, 27 de novembro de 2015

SE TODA ESCOLA FOSSE OCUPADA


Ah se toda escola fosse ocupada!
Ocupada com as angustias da sociedade.
Ocupada com a construção e não com a transmissão de conhecimentos .
Ocupada com os problemas da comunidade e empenhada em dar soluções praticas e cientificas para os mesmos.
Ah se toda escola fosse ocupada pela liberdade de pensar, criar, agir, ser, vestir, andar, correr.
Preocupada com a Arte da vida!
Preocupada com a felicidade e o crescimento da sociedade principalmente dos marginalizados!
Ah se toda escola fosse ocupada!

sexta-feira, 31 de julho de 2015

SOMOS TODOS ACREDITADORES

Somos mais do que alunos!Somos mais do que pais! Somos mais do que professores!!!.... e arremata dizendo somos acreditadores!!!
Esta fala faz parte de um vídeo publicitário de uma empresa em horário nobre na Rede Globo.
Pois bem. Atualmente no Brasil, junto com a onda conservadora e do crescente fundamentalismo em torno de temas da vida cotidiana vemos crescer uma desautorização dos “entes socialmente coletivos”. O professor e os educadores constituem entes socialmente coletivos. A educação escolar é socialmente coletiva. Pensa se a escola a partir de concepções de outros coletivos como movimentos sociais, ONGs, Sindicatos, Instituições de pesquisa, Partidos políticos, conferencias etc...O próprio ambiente escolar tem ganhado contornos coletivos com as gestões democráticas, autonomia escolar para execução de suas propostas político-pedagógicas, enfim, princípios que norteiam a pluralidade de idéias e praticas com vistas a uma educação socialmente referenciada estampadas em nossa Constituição e na própria Lei 9394/96.
Desde 1990 acompanho este movimento da educação. Percebi desde cedo que é o espaço de maior disputa dentro das políticas públicas. Participei ao longo destes anos de movimentos locais, nacionais e até em preparação a encontros internacionais e pude constatar o desespero quando o assunto é a disputa por recursos financeiros! Porem nos últimos três anos esta concorrência tem se acirrado! Extrapolou os limites em muitos Estados e municípios onde os gestores a partir de uma visão mercadológica da educação proporciona certas inserções destes Institutos voluntários ou voluntaristas que, como sabemos tem como pano de fundo uma empresa privada ou até mesmo publica mas que tem por escopo disputar com os entes socialmente coletivos os rumos e os recursos financeiros.
E há motivos para disputa. Os recursos previstos para educação no Brasil não são poucos! Pois desde a criação do FUNDEB, a partilha dos Royalties do Pre sal, e os 10% do PIB dão o tom da disputa e estes institutos voluntários sabem disso. O capital nacional e internacional está de olho! Daí o primeiro passo é desautorizar a academia! A Universidade não prepara o professor! Isto vem sendo repetido de forma sistemática.Os professores não estão preparados! Enfim, os espaços de discussão, formulação e proposição dos educadores estão obsoletos. Não atendem a demanda! Bem isso mesmo a demanda em substituição aos anseios. Os sindicatos, os movimentos sociais, partidos políticos precisam ser desacreditados! O capital pede passagem agora no setor publico! Porem agora os empresários não só querem isenções por seus trabalhos voluntários! Agora querem o recurso em espécie! Querem o dinheiro público para investir numa educação pública com finalidade e interesses privados.
Agora temos que treinar os professores! Não sabem dar aula! Precisa se de instrutores! Contratados precariamente e de forma temporária. Sem contato com as instituições viciadas! Dentre estas a academia e o movimento sindical. Precisam de profissionais sem carreira! A formação transforma se em TREINAMENTO.
Neste modelo os professores tornam se braçais. Perdem mais tempo elaborando planos. Registrando conteúdos. Reuniões intermináveis de planejamento vindo a descaracterizar conquistas históricas como as horas atividades. 
No caso da rede Estadual já tivemos AGRINHO e agora o J EMPREENDEDORES NAS ESCOLAS. Haja cartilha pra ensinar a professorada a dar aulas.....

SINTEP - SUBSEDE DE CÁCERES ( Sindicato dos/as Trabalhadores/as do Ensino Público de Mato Grosso): MANIFESTO DO SINTEP/MT SOBRE OS SUPOSTOS (AS) ALUN...

SINTEP - SUBSEDE DE CÁCERES ( Sindicato dos/as Trabalhadores/as do Ensino Público de Mato Grosso): MANIFESTO DO SINTEP/MT SOBRE OS SUPOSTOS (AS) ALUN...: O governo Pedro Taques ao invés de negociar, prefere enfrentar a categoria dos profissionais da educação estadual que está em ESTADO DE GRE...

segunda-feira, 29 de junho de 2015

UMA PALAVRINHA SOBRE A GRÉCIA


O QUE EXISTE DE FATO: 
A Grécia entrou na zona do euro e não fez as reformas que o capitalismo internacional exige. Agora esta com a faca no pescoço, pois a dívida já renegociada não vai ser paga. 
Mas o que a Grécia deveria ter feito?!
1 - Bem em primeiro lugar reduzir políticas sociais como saúde, educação, segurança etc...
2 – entregar as empresas e setores públicos que dão certa rentabilidade ás transnacionais europeias, ou seja privatizar.
3 – Deixar o bancos internacionais livres para lucrarem, sem regulação aliás, seria um território livre para o fluxo de captais e é lógico deveria priorizar o europeu.
Mas o que a Grécia fez?
Pouca coisa. O povo Grego é orgulhoso e jamais aceitaria um Estado subserviente ao capitalismo transnacional. O povo foi ás ruas contra o arrocho, a redução dos postos de trabalho, as políticas de concentração de renda etc......
Mas o capitalismo transnacional não se deu por vencido..... COMEÇARAM A ORGANIZAR UMA CRISE ECONOMICA SEGUIDA DE CRISE POLITICA. Adivinhem o que escolheram como mote da campanha? Acertou quem disse A CORRUPÇÃO... ISSO MESMO ...... A CORRUPÇÃO começou a ser tratada como uma pratica de GOVERNO E nao de pessoas..... kkkkk mas os inventores da democracia como são arrojados deram o troco.... ESCOLHERAM A ESQUERDA....mas mesmo escolhendo a esquerda politicamente o governo se viu agora acuado de duas frentes, de um lado tendo que cumprir a pauta capitalista e de outro a pauta dos que o elegeram..... Bem meus caros, os manos e as minas capitalistas são foda.... agora depois de desestabilziar o pais eles querem beber o sangue dos Gregos..... não sei porque ao escrever isso lembrei do Brasil .... estranho!!!!!!

quarta-feira, 24 de junho de 2015

PRÉ-ENEM 2015 - AULA 01 - Do conceito de cultura: Cultura material e imaterial



Prof. Orlandir Cavalcante

É tudo que o homem, através da sua racionalidade, mais precisamente da inteligência, consegue executar. Tudo o que é criado pelo homem em sociedade.

Daí, podemos extrair que:
a)           Todos os povos e sociedades possuem sua cultura pois todos os conhecimentos adquiridos são passados das gerações passadas para as futuras.
b)           É uma das principais características humanas, pois somente o homem tem a capacidade de desenvolver culturas, distinguindo-se, dessa forma, de outros seres como os vegetais e animais.
c)           É social pois é impossível de se desenvolver individualmente.
d)           A cultura é um elemento diferenciador das sociedades humanas mas jamais classificador.

Mas para que serve a cultura? Bem, em primeiro lugar é satisfazer as necessidades humanas, depois limitar normativamente essas necessidades e sob este prisma pode ser considerada como uma forma de violação da condição natural do homem. Uma espécie de freio capaz de tornar o homem um ser social dentro de seu contexto social.
Há que se atentar que a sociedade capitalista tende a se apropriar dos elementos culturais. A chamada indústria cultural que acaba capitalizando as expressões culturais transformando as em fonte de lucro, alterando a sua essência pois passam a ser superficiais manifestações de lazer, gosto artístico, comportamentais e de vestuário. Vejam o que acontece com os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e a Festa de Parintins no Amazonas.
A industria cultural produz um tipo de cultura chamada de cultura de massa pois pode ser definido como padrões compartilhados pela maioria dos indivíduos, independente da renda, instrução, ocupação etc. que está sempre “fabricando” modas e gostos, a cultura de massa só é viável em razão da invenção da comunicação em massa.
Os elementos culturais como vimos são inúmeros porem elencamos os seguintes: as artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, esportes, mitos, valores morais e éticos, comportamento, preferências, invenções e todas as maneiras de ser (sentir, pensar e agir).
O Patrimônio Cultural pode ser definido como um bem (ou bens) de natureza material e imaterial considerado importante para a identidade da sociedade brasileira.
           
Os bens culturais imateriais estão relacionados aos saberes, às habilidades, às crenças, às práticas, ao modo de ser das pessoas. Desta forma podem ser considerados bens imateriais: conhecimentos enraizados no cotidiano das comunidades; manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; rituais e festas que marcam a vivência coletiva da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social; além de mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais.
            O patrimônio material é formado por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza:arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em bens imóveis – núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais – e móveis – coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.
            Patrimônio Imaterial é transmitido de geração em geração e constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, interação com a natureza e sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo, assim, para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.
            Tombar alguma coisa de acordo com normas legais, equivale a registrar, com o objetivo de proteger, controlar, guardar. Tombamento, também chamado tombo, provavelmente originado do latim tomex, significa inventário, arrolamento, registro. O tombamento de bens culturais, visando a sua preservação e restauração, é de interesse do estado e da sociedade.

Fontes consultadas: Acesso Prof. Orlandir Cavalcante em 24/06/15
Conheça as diferenças entre patrimônios materiais e imateriais - Disponivel em http://www.brasil.gov.br/cultura/2009/10/conheca-as-diferencas-entre-patrimonios-materiais-e-imateriais
Cultura material e Imaterial: Patrinomio de diversidade cultural no Brasil- Disponivel em http://vestibulareestudos.blogspot.com.br/2012/07/12-cultura-material-e-imaterial.html

ATIVIDADES SELECIONADAS......

01. Não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. Há muito mais, contido nas tradições, no folclore, nos saberes, nas línguas, nas festas e em diversos outros aspectos e manifestações transmitidos oral ou gestualmente, recriados coletivamente e modificados ao longo do tempo. A essa porção intangível da herança cultural dos povos dá-se o nome de patrimônio cultural imaterial. Qual das figuras abaixo retrata patrimônio imaterial da cultura de um povo?
02. (ENEM 2010)  As ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas para a identidade cultural, dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos. Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de
A) objetos arqueológicos e paisagísticos.
B) acervos museológicos e bibliográficos.
C) núcleos urbanos e etnográficos
D) práticas e representações de uma sociedade.
 E) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.

03. (ENEM 2013) No dia 1º de julho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber o título da Unesco de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. A candidatura, apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36.ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan explicou que “a paisagem carioca é a imagem mais explícita do que podemos chamar de civilização brasileira, com sua originalidade, desafios, contradições e possibilidades”. A partir de agora, os locais da cidade valorizados com o título da Unesco serão alvo de ações integradas visando à preservação da sua paisagem cultural. Disponível em: www.cultura.gov.br. Acesso em: 7 mar. 2013 (adaptado).
O reconhecimento da paisagem em questão como patrimônio mundial deriva da
A) presença do corpo artístico local.
B) imagem internacional da metrópole.
C) herança de prédios da ex-capital do país.
D) diversidade de culturas presente na cidade.
E) relação sociedade-natureza de caráter singular.

04. (ENEM 2012) O que o projeto governamental tem em vista é poupar à Nação o prejuízo irreparável do perecimento e da evasão do que há de mais precioso no seu patrimônio. Grande parte das obras de arte até mais valiosas e dos bens de maior interesse histórico, de que a coletividade brasileira era depositária, têm desaparecido ou se arruinado irremediavelmente. As obras de arte típicas e as relíquias da história de cada país não constituem o seu patrimônio privado, e sim um patrimônio comum de todos os povos. ANDRADE, R. M. F. Defesa do patrimônio artístico e histórico. O Jornal, 30 out. 1936. In: ALVES FILHO, I. Brasil, 500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 (adaptado).
A criação no Brasil do Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (SPHAN), em 1937, foi orientada por ideias como as descritas no texto, que visavam
A) submeter a memória e o patrimônio nacional ao controle dos órgãos públicos, de acordo com a tendência autoritária do Estado Novo.
B) transferir para a iniciativa privada a responsabilidade de preservação do patrimônio nacional, por meio de leis de incentivo fiscal.
C) definir os fatos e personagens históricos a serem cultuados pela sociedade brasileira, de acordo com o interesse público.
D) resguardar da destruição as obras representativas da cultura nacional, por meio de políticas públicas preservacionistas.
E) determinar as responsabilidades pela destruição do patrimônio nacional, de acordo com a  legislação brasileira.
GABARITO 
1 - C
2 - D
3 - E
4 - D

quinta-feira, 21 de maio de 2015

O QUE É FATO SOCIAL?

O QUE É FATO SOCIAL?
Émile DURKHEIM
Antes de indagar qual o método que convém ao estudo dos fatos
sociais, é necessário saber que fatos podem ser assim chamados. A
questão é tanto mais necessária quanto esta qualificação é utilizada
sem muita precisão. Empregam-na correntemente para designar
quase todos os fenômenos que se passam no interior da sociedade,
por pouco que apresentem, além de certa generalidade, algum
interesse social. Todavia, desse ponto de vista, não haveria por
assim dizer nenhum acontecimento humano que não pudesse ser
chamado de social. Cada indivíduo bebe, dorme, come, raciocina e a
sociedade tem todo o interesse em que estas funções se exerçam de
modo regular. Porém, se todos esses fatos fossem sociais, a
Sociologia não teria objeto próprio e seu domínio se confundiria com
o da Biologia e da Psicologia.
Na verdade, porém, há em toda sociedade um grupo
determinado de fenômenos com caracteres nítidos, que se distingue daqueles estudados pelas outras ciências da natureza.
Quando desempenho meus deveres de irmão, de esposo ou de
cidadão, quando me desincumbo de encargos que contraí, pratico
deveres que estão definidos fora de mim e de meus atos, no direito e
nos costumes. Mesmo estando de acordo com sentimentos que me
são próprios, sentindo-lhes interiormente a realidade, esta não deixa
de ser objetiva; pois não fui eu quem os criou, mas recebi-os através
da educação. Contudo, quantas vezes não ignoramos o detalhe das
obrigações que nos incumbe desempenhar, e precisamos, para sabê-
Io, consultar o Código e seus intérpretes autorizados! Assim também
o devoto, ao nascer, encontra prontas as crenças e as práticas da
vida religiosa; existindo antes dele, é porque existem fora dele. O
sistema de sinais de que me sirvo para exprimir pensamentos, o
sistema de moedas que emprego para pagar as dívidas, os
instrumentos de crédito que utilizo nas relações comerciais, as
práticas seguidas na profissão, etc., etc., funcionam
independentemente do uso que delas faço. Tais afirmações podem
ser estendidas a cada um dos membros de que é composta uma
sociedade, tomados uns após outros. Estamos, pois, diante de
maneiras de agir, de pensar e de sentir que apresentam a
propriedade marcante de existir fora das consciências individuais.
Esses tipos de conduta ou de pensamento não são apenas exteriores
ao indivíduo, são também dotados de um poder imperativo e coercitivo, em virtude do qual se lhe impõem, quer queira, quer não.
Não há dúvida de que esta coerção não se faz sentir, ou é muito
pouco sentida quando com ela me conformo de bom grado, pois
então torna-se inútil. Mas não deixa de constituir caráter intrínseco de
tais fatos, e a prova é que se afirma desde que tento resistir. Se
experimento violar as leis do direito, estas reagem contra mim de
maneira a impedir meu ato se ainda é tempo; com o fim de anulá-Io e
restabelecê-Io em sua forma normal se já se realizou e é reparável;
ou então para que eu o expie se não há outra possibilidade de
reparação. Mas, e em se tratando de máximas puramente morais?
Nesse caso, a consciência pública, pela vigilância que exerce sobre a
conduta dos cidadãos e pelas penas especiais que têm a seu dispor,
reprime todo ato que a ofende. Noutros casos, a coerção é menos
violenta; mas não deixa de existir. Se não me submeto às
convenções mundanas; se, ao me vestir, não levo em consideração
os usos seguidos em meu país e na minha classe, o riso que
provoco, o afastamento em que os outros me conservam, produzem,
embora de maneira mais atenuada, os mesmos efeitos que uma
pena propriamente dita. Noutros setores, embora a coerção seja
apenas indireta, não é menos eficaz. Não estou obrigado a falar o
mesmo idioma que meus compatriotas, nem a empregar as moedas
legais; mas é impossível agir de outra maneira. Minha tentativa
fracassaria lamentavelmente, se procurasse escapar desta
necessidade. Se sou industrial, nada me proíbe de trabalhar
utilizando processos e técnicas do século passado; mas, se o fizer,
terei a ruína como resultado inevitável. Mesmo quando posso
realmente me libertar destas regras e violá-Ias com sucesso, vejo-me
sempre obrigado a lutar contra elas. E quando são finalmente
vencidas, fazem sentir seu poderio de maneira suficientemente
coercitiva pela resistência que me opuseram. Nenhum inovador, por
mais feliz, deixou de ver seus empreendimentos se chocarem contra
oposições deste gênero.
Estamos, pois, diante de uma ordem de fatos que apresenta
caracteres muito especiais: consistem em maneiras de agir, de
pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de
coerção em virtude do qual se lhe impõem. Por conseguinte, não
poderiam se confundir com os fenômenos orgânicos, pois consistem
em representações e em ações; nem com os fenômenos psíquicos,
que não existem senão na consciência individual e por meio dela.
Constituem, pois, uma espécie nova e é a eles que deve ser dada e
reservada a qualificação de sociais. Esta é a qualificação que lhes
convém; pois é claro que, não tendo por substrato o indivíduo, não
podem possuir outro que não seja a sociedade: ou a sociedade
política em sua integridade, ou qualquer um dos grupos parciais que
ela encerra, tais como confissões religiosas, escolas políticas e
literárias, corporações profissionais, etc. Por outro lado, é apenas a
eles que a apelação convém; pois a palavra social não tem sentido definido senão sob a condição de designar unicamente fenômenos
que não se englobam em nenhuma das categorias de fatos já
existentes, constituídas e nomeadas. Estes fatos são, pois, o domínio
próprio da Sociologia. É verdade que o termo coerção, por meio do
qual o definimos, corre o risco de amedrontar os zelosos partidários
de um individualismo absoluto. Como professam que o indivíduo é
inteiramente autônomo, parece-Ihes que o diminuímos todas as
vezes que fazemos sentir que não depende apenas de si próprio.
Porém, já que hoje se considera incontestável- que a maioria de
nossas idéias e tendências não são elaboradas por nós, mas nos
vêm de fora, conclui-se que não podem penetrar em nós senão
através de uma imposição; eis todo o significado de nossa definição.
Sabe-se, além disso, que toda coerção social não é necessariamente
exclusiva com relação à personalidade individual. (...)
Esta definição do fato social pode, além do mais, ser confirmada
por meio de uma experiência característica: basta, para tal, que se
observe a maneira pela qual são educadas as crianças. Toda a
educação consiste num esforço contínuo para impor às crianças
maneiras de ver, de sentir e de agir às quais elas não chegariam
espontaneamente, observação que salta aos olhos todas as vezes
que os fatos são encarados tais quais são e tais quais sempre foram.
Desde os primeiros anos de vida, são as crianças forçadas a comer,
beber, dormir em horas regulares; são constrangidas a terem hábitos
higiênicos, a serem calmas e obedientes; mais tarde, obrigamo-Ias a
aprender a pensar nos demais, a respeitar usos e conveniências,
forçamo-Ias ao trabalho etc. Se, com o tempo, esta coerção deixa de
ser sentida, é porque pouco a pouco dá lugar a hábitos, a tendências
internas que a tomam inútil, mas que não a substituem senão porque
dela derivam. É verdade que, segundo Spencer, uma educação
racional deveria reprovar tais procedimentos e deixar a criança agir
em plena liberdade; mas como esta teoria pedagógica não foi nunca
praticada por nenhum povo conhecido, não constitui senão um
desiderato pessoal, não sendo fato que possa ser oposto àqueles
que expusemos atrás. Ora, estes últimos se tomam particularmente
instrutivos quando lembramos que a educação tem justamente por
objeto formar o ser social; pode-se então perceber, como que num
resumo, de que maneira este ser se constitui através da história. A
pressão de todos os instantes que sofre a criança é a própria pressão
do meio social tendendo a moldá-Ia à sua imagem, pressão de que
tanto os pais quanto os mestres não são senão representantes e
intermediários. (...)
Chegamos assim a conceber de maneira precisa qual o domínio
da Sociologia, o qual não engloba senão um grupo determinado de
fenômenos. O fato social é reconhecível pelo poder de coerção
externa que exerce ou é suscetível de exercer sobre os indivíduos; e
a presença deste poder é reconhecível, por sua vez, seja pela existência de alguma sanção determinada, seja pela resistência que
o fato opõe a qualquer empreendimento individual que tenda a
violentá-Io. Todavia, podemos defini-Io também pela difusão que
apresenta no interior do grupo, desde que, de acordo com as
precedentes observações, se tenha o cuidado de acrescentar como
característica segunda e essencial que ele existe independentemente
das formas individuais que toma ao se difundir. Nalguns casos, este
'último critério é até mesmo mais fácil de aplicar do que o anterior.
Com efeito, a coerção é fácil de constatar quando ela se traduz no
exterior por qualquer reação direta da sociedade, como é o caso em
se tratando do direito, da moral, das crenças, dos usos, e até das
modas. Mas, quando não é senão indireta, como a que exerce uma
organização econômica, não se deixa observar com tanta facilidade.
Generalidade e objetividade combinadas podem então ser mais
fáceis de estabelecer. A segunda definição não constitui senão uma
forma diferente que toma a primeira: pois o comportamento que
existe exteriormente às consciências individuais só se generaliza
impondo-se a estas.
Poder-se-ia, todavia, perguntar se esta definição é completa.
Com efeito, os fatos que nos forneceram a base para ela são todos
eles modos de agir; são de ordem fisiológica. Ora, existem também
maneiras de ser coletivas, isto é, fatos sociais de ordem anatômica
ou morfológica. A Sociologia não se pode desinteressar daquilo que
concerne ao substrato da vida coletiva. No entanto, o número e a
natureza das partes elementares de que é composta a sociedade, a
maneira pela qual estão dispostas, o grau de coalescência a que
chegaram, a distribuição da população na superfície do território, o
número e a natureza das vias de comunicação, a forma das
habitações etc., não parecem, a um primeiro exame, passíveis de se
reduzirem a modos de agir, de sentir e de pensar.
Contudo, em primeiro lugar, apresentam estes diversos
fenômenos o mesmo traço que nos serviu para definir os outros. Do
mesmo modo que as maneiras de agir de que já falamos, também a maneiras de ser se impõem aos indivíduos. De fato, quando
queremos conhecer como está uma sociedade dividida politicamente,
como se compõem estas divisões, a fusão mais ou menos completa
que existe entre elas, não é com o auxílio de uma investigação
material e por meio de observações geográficas que poderemos
alcançá-Io; pois estas divisões são morais, ainda quando apresentam
algum ponto de apoio na natureza física. É somente através do direito
público que se torna possível estudar tal organização, pois é ele que
a determina, assim como determina nossas relações domésticas e
cívicas. Tal organização não é, pois, menos obrigatória do que outros
fatos sociais. Se a população se comprime nas cidades em lugar de
se dispersar nos campos, é porque existe uma corrente de opinião
uma pressão coletiva que impõe aos indivíduos esta concentração.
Não podemos escolher a forma de nossas casas, nem a de nossas
roupas; pois uma é tão obrigatória quanto a outra. As vias de
comunicação determinam de maneira imperiosa o sentido em que se
fazem as migrações interiores e as trocas, e mesmo até a intensidade
de tais trocas e tais migrações, etc., etc. Por conseguinte, haveria, no
máximo, possibilidade de acrescentar à lista de fenômenos que
enumeramos como apresentando o sinal distintivo do fato social uma
categoria a mais, a das maneiras de ser; e corno aquela enumeração
nada tinha de rigorosamente exaustiva, a adição não era
indispensável.
Mas não seria nem mesmo útil; pois tais maneiras de ser não
passam de maneiras de agir consolidadas. A estrutura política de
uma sociedade não é mais do que o modo pelo qual os diferentes
segmentos que a compõem tomaram o hábito de viver uns com os
outros. Se suas relações são tradicionalmente estreitas, os
segmentos tendem a se confundir; no caso contrário, tendem a se
distinguir. O tipo de habitação a nós imposto não é senão a maneira
pela qual todo o mundo, em nosso redor - e em parte as gerações
anteriores -, se acostumaram a construir as casas. As vias de
comunicação não passam de leitos que a corrente regular das trocas
e das migrações, caminhando sempre no mesmo sentido, cavou para
si própria, etc. Sem dúvida, se os fenômenos de ordem morfológica
fossem os únicos a apresentar esta fixidez. poder-se-ia acreditar que
constituem uma espécie à parte. Mas as regras jurídicas constituem
arranjos não menos permanentes do que os tipos de arquitetura e, no
entanto, são fatos fisiológicos. A simples máxima moral é
seguramente mais maleável; porém, apresenta formas muito mais
rígidas do que os meros costumes profissionais ou do que a moda.
Existe toda uma gama de nuanças que, sem solução de continuidade,
liga os fatos de estrutura mais característicos a estas livres correntes
da vida social que não estão ainda presas a nenhum molde definido.
O que quer dizer que não existem entre eles senão diferenças no
grau de consolidação que apresentam. Uns e outros não passam de
vida mais ou menos cristalizada. Pode, sem dúvida, ser mais interessante reservar o nome de morfológicos para os fatos sociais
concernentes ao substrato social, mas sob a condição de não perder
de vista que são da mesma natureza que os outros. Nossa definição
compreenderá, pois, todo o definido, se dissermos: É fato social
toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o
indivíduo uma coerção exterior; ou, ainda, que é geral ao
conjunto de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui
existência própria, independente das manifestações individuais
que possa ter.
ATIVIDADES

1 -Durkheim afirma que não há nenhum acontecimento humano que não pudesse ser chamado de social, mas qual seria o problema se considerássemos todos os fatos do dia a dia como fatos sociais ?
2 - Para Durkheim qual o papel DA educação?
3 - Para Durkheim como é a relação entre o individuo e a sociedade?        

4 - Durkheim diz que os fatos sociais são coercitivos. Explique o que significa isso e de exemplos.
5 -  Qual o papel da sociologia para Durkheim? Explique
6 - Tendo por base o texto elabora uma definição de FATO SOCIAL

domingo, 12 de abril de 2015

APENAS UMA REFLEXÃO SOBRE A ESCOLA EM TEMPOS DE CRISE DE IDENTIDADE ......


Pode se dizer com certeza que a escola tal qual como temos hoje é realmente fruto da sociedade moderna. A escola é um produto da modernidade e serve para a manutenção das estruturas, estilos de vida, produção e reprodução inerentes a este período histórico.
Percebemos uma certa desorientação quando alguns começaram a questionar a modernidade, negando a ou afirmando que  a mesma é passado e que estamos numa pos modernidade, outros amenizam as criticas e afirmam que a tal pos modernidade nada mais é que um prolongamento da antiga modernidade.

O certo é que tais questionamentos a meu ver colocam em choque  a escola.
Alguns como Ivan Illich preconizam a abolição das escolas,por entender que as atuais não cumprem sua função  sendo portanto desnecessárias, fala em sociedades desescolarizadas.

Acreditamos que se descartarmos a escola enquanto espaço de educação e socialização teremos duas alternativas  de substituição das mesmas.
A primeira seria a família e a segunda a  igreja (religiões)

Mesmo aceitando a idéia da falência da modernidade, pois muitas de suas criações são hoje questionadas como por exemplo a instituição escolar, fica difícil aceitar a idéia de que a pos modernidade permitirá o retorno da educação á Igreja ou ás religiões. Tal  saída fere de morte os preceitos iluministas, em seguida os da Revolução francesa e atualmente o das concepções  de laicidade com o avanço do conhecimento cientifico como base para a evolução da sociedade preconizado a partir das idéias positivistas com Augusto Comte ainda  no século XIX.

Por outro lado, a idéia de que a família poderia vir a substituir a escola esbarra ao meu ver primeiro na certificação estatal do escolar. Predomina nas nações democráticas  estatutos legais que determinam que a aferição para promoção do aluno para níveis diferentes de escolarização depende de um aval ou certificação estatal.

Além disso percebemos que a sociedade pos moderna modificou a sociologia familiar, a competitividade, a redução de direitos trabalhistas, a urgência e necessidade de formação e atualização, bem como a entrada da mulher no mercado de trabalho creio ser impossível construir uma sociedade onde o processo de escolarização aconteça no seio das famílias e por outro lado grande parcela da população menos favorecida que não teriam como arcar com estes gastos escolares dentro de casa, encolhendo a oferta educacional outra ação que em tempos de pos modernidade seria inconcebível pois já é consenso em todas as nações democráticas a universalização e a  ampliação das escolas.

Por fim resta nos a proposta de se aproveitar a escola e transforma-la em um espaço de libertação e transformação, que tenha sentido socialmente aplicado ao dia a dia da sociedade e que tenha sentido e significado ao educando, proposta por tantos pensadores com destaque para Paulo Freire. A escola tem que ser um espaço pedagógico pois nesta se constrói conhecimento elaborado porem socialmente referenciado. Não se deve conceber uma escola de transmissão de conhecimento ( instrução bancária) mas que haja uma relação dialógica entre professor aluno e conhecimento. A proposta é que todavia se extrapole o triangulo professor-aluno-conhecimento e atinja a sociedade com uma nova dimensão ou função da ação educativa, a saber a dimensão política. O político seria o movimento e o envolvimento na vida social dos atores do processo educativo. Assim a escola faria sentido e seria um verdadeiro instrumento capaz de abarcar a dinâmica e a velocidade da sociedade pos moderna e informacional a que estamos submetidos.

sábado, 4 de abril de 2015

 A seqüência de textos abaixo serão usados como suporte para a nossa primeira aula campo  de 2015.
Nossa missão será confrontar e consolidar os conceitos trabalhados durante o primeiro bimestre acerca do ESPAÇO GEOGRÁFICO E AS CATEGORIAS DE ANALISES: TERRITÓRIO, LUGAR E PAISAGEM.
Iremos elaborar propostas de intervenção ou mesmo constatações acerca do espaço urbano de Cáceres envolvendo os bairros cidade alta, cavalhada e centro.
Assim a proposta é a seguinte:
1- Os grupos deverão ser os mesmos da primeira aula campo.
2 - Programem se para que cada um faça a leitura dos textos e faça anotações necessárias.
3 - Discutam entre si as temáticas levantadas em cada texto e façam um esquema sobre os pontos que vocês desejam verificar em campo.
Para ajudá-los minha sugestão é que vocês FAÇAM UMA RELAÇÃO dos impactos na paisagem urbana no entorno do córrego sangradouro da ação antrópica e do processo de ocupação pela urbanização em Cáceres.
4 - Apos  este levantamento discutam QUAL PROBLEMA/IMPACTO que vocês desejam pesquisar/verificar durante a aula campo.
5 - Apos a escolha do tema, cada componente do grupo faça levantamentos e  pesquisas sobre o impacto/problema que voces escolheram, pois faremos uma confrontação entre teoria e prática. Nunca esqueça a fonte de pesquisa.
6 - Por fim façam um levantamento dos materiais e equipamentos que deverão ser levados na aula campo pelo grupo. Tipo filmadoras, maquina digital, gravadores de voz etc...
Este planejamento prévio evita imprevistos e será imprescindível para o sucesso da aula campo.



segunda-feira, 30 de março de 2015

RESUMO DE SOCIOLOGIA : O POSITIVISMO DE AUGUSTO COMTE

AUGUSTO COMTE Nasceu em 1798, em Montpellier, na França. Cresceu em um ambiente pós-revolução francesa (1789) e presenciou as grandes transformações produzidas pelas revoluções Francesa e Industrial.
Criou a Sociedade Positivista.
Suas idéias fundamentaram correntes de pensamento político e a independência de países americanos. Faleceu em Paris, 1857.
Apresentou uma proposta de religião da Humanidade, formando a Igreja Positivista, que teria influência em muitos países, inclusive no Brasil.
As idéias positivistas orientaram a organização da República, como a separação entre igreja e Estado, o estabelecimento do casamento civil, a reforma educacional (proposta por Benjamin Constant) e a reorganização da sociedade com base em um processo de modernização e progresso.
As bases do pensamento positivista
Foi o primeiro pensador a conceber uma ciência para estudar a sociedade, denominando-a inicialmente de Física Social.
Teve a influencia de dois pensadores
1. Condorcet, (1743-1794) - importância das invenções e descobertas das ciências, resultando numa reorganização política e social da humanidade, que seria resultante das luzes da razão.
2. Saint Simon (1760-1825) A sociedade se reorganizava com os avanços do mundo industrial, e passa a conceber a idéia de um estudo objetivo (científico ou positivo) da sociedade.
Comte acreditava que, conhecendo as leis gerais que explicassem a organização da sociedade, encontraria explicações irrefutáveis para o desenvolvimento da humanidade. E uma vez chegando a essas leis, seria possível apresentar propostas de ação para a manutenção da ordem social.
Para modificar o futuro da humanidade não acreditava no processo revolucionário , pois criticava a Revolução francesa onde, segundo ele a revolução francesa havia acelerado o processo de destruição da antiga sociedade feudal e acelerado o processo de reorganização da nova ordem social, porém havia provocado a desagregação moral e intelectual da antiga sociedade e não colocara novos princípios morais para a nova sociedade.
Os problemas e conflitos só seriam resolvidos com um reforma intelectual dos homens, e essa reforma deveria ter por base o conhecimento científico ou positivo da sociedade, como os conhecimentos das ciências mais desenvolvidas, a Química, a Física e a Biologia. A sociedade só poderia ser reorganizada com a criação de uma nova ciência positiva, que não pregasse a revolução como o iluminismo, considerado por ele uma ciência negativa pois criticava e pregava a revolução. A Ciência deveria ser POSITIVA ou seja construtiva, apresentando ações práticas para reformar a sociedade e promover a ordem social.
O objeto de estudo da Física Social ou Sociologia - O objeto de estudo da Sociologia é sociedade, compreendendo a sociedade como a humanidade (unidade de todas as sociedades).
A sociedade não se reduz a uma espécie biológica, há na sociedade uma dimensão essencial, a história, logo a sociedade (humanidade) não pode ser pensada a partir do indivíduo isolado ou de uma sociedade particular. A história das sociedades forma a história do desenvolvimento da humanidade. Comte parte da primazia do todo sobre as partes. A sociedade europeia seria a mais avançada neste processo evolutivo. A Sociologia seria a ciência que, estudando o passado, mostraria o que foi a humanidade, o que ela é e o que será futuramente.
Reforça a concepção da importância todo sobre as partes. A sociedade é concebida como uma entidade que representa um conjunto de interesses e de opiniões comuns, que determina o desenvolvimento dos indivíduos e da própria sociedade.
O método de estudo da Física Social ou Sociologia - O método para estudar e conhecer a sociedade deve ser o mesmo das ciências da natureza, o método científico, entendido dentro do mesmo espírito que o dos fenômenos astronômicos, físicos, químicos, buscando encontrar leis naturais invariáveis, que expliquem o grande fenômeno do desenvolvimento da humanidade (Covezzi & Castro, 2006).
Evolução do espírito humano ou a Lei dos três estados - a evolução da humanidade estaria condicionada
ao progresso do conhecimento, que acontece em três estados fundamentais, num processo linear:
Teológico
Estado metafísico (filosofia)
Estado Positivo ou científico
Estado inicial da sociedade e era composto por três momentos distintos:
a) fetichismo: o homem confere vida, ação e poderes sobrenaturais aos seres inanimados e aos animais;
b) politeísmo: o homem atribui às diversas potências sobrenaturais ou deuses, certos traços da natureza humana (motivações, vícios e virtudes)
c) monoteísmo – quando se desenvolve a crença em um único Deus.
As causas divinas são substituídas por causas mais gerais, entidades metafísicas, buscando nessas entidades abstratas (idéias) explicações sobre a natureza das coisas e a causa dos acontecimentos. (Ex.: noções de liberdade, democracia)
o homem tenta compreender as relações entre as coisas e os acontecimentos por meio da observação científica e do raciocínio, formulando leis, parte da observação dos fenômenos, com rigorosa pesquisa científica.

Para o pensamento positivista, somente as descobertas científicas poderiam dar explicações legítimas da realidade social. As explicações religiosas e filosóficas conduzem o homem ao engano e devem ser substituídas pelo conhecimento positivo (científico). Com o avanço do pensamento positivo, todas as idéias religiosas e metafísicas desapareceriam, restabelecendo a ordem social.
A reforma intelectual da Sociedade - O terceiro tema é a reorganização social da sociedade. A sociedade só poderia ser reorganizada por meio de uma reforma intelectual do homem. Era necessário fornecer aos homens novos hábitos de pensar, de acordo com o conhecimento científico da sua época. Modificando os homens, consequentemente modificar-se-iam as instituições sociais e a sociedade.
A reforma intelectual seria realizada a partir dos conhecimentos científicos, Mas as descobertas realizadas pela Sociologia seriam as mais importantes, porque seus estudos científicos poderiam mostrar os caminhos do futuro da humanidade.
A união da ordem com o progresso só poderia ocorrer na sociedade positiva, em que todos os conhecimentos tivessem por base a razão.
E o amor deveria estar no princípio de todas as ações.

Fonte : Covezzi, Marinete. Sociologia I: introdução à sociologia / Marinete Covezzi --Cuiabá: EdUFMT, 2008.

Resenha Prof. Orlandir Cavalcante. 

sexta-feira, 27 de março de 2015

ESQUEMA DE AULA - HISTORIA DE MATO GROSSO IMPERIO

PANORAMA ECONOMICO DE MATO GROSSO NO SÉCULO XIX

O SÉCULO XIX  - A modernidade – Século XIX
Por estar em uma região distante do litoral MT até o final do século XIX, segundo Tereza Cristina Souza Higa[1]poucos eram os indicadores de modernidade no cotidiano mato-grossense”(Higa 2005:9). Assim podemos citar como os primeiros reflexos desta modernidade algumas medidas burocráticas e administrativas como as ocorridas no sistema educacional publico, em consonância com as correntes de pensamento européias sob a trilogia da obrigatoriedade, gratuidade e liberdade de ensino.
As inspirações modernizantes ainda não afetavam definitivamente o espaço urbano de Mato Grosso muito menos o rural e o interior.
Cuiabá: maior centro urbano – expandia seu sitio urbano, mas mantinha o padrão europeu de construções e traçados urbanísticos. Mas pode ser citados como chagada da modernidade:
1. Algumas construções urbanas diferentes do estilo colonial.
2. Serviço de navegação a vapor.
3. Usina de Itaici.

A) 1º Ciclo do Diamante
  • Município de Diamantino
  • Novas rotas com o Norte (Santarém e Belém) antes feito somente pelo Rio Guaporé, agora pelos rios Juruena, Arinos, Telles Pires e Tapajós
  • Não gerou riqueza efetiva para Mato Grosso porem expandiu a ocupação pela região Norte e abriu espaço  para a pecuária como alternativa.
  • Após a sua decadência as áreas de extração sofreram retração populacional.

B) Expansão da Pecuária
  • Guerra da Tríplice (1865-1870) – desestruturou as áreas de pecuária em desenvolvimento em Cáceres e Corumbá.
  • Após 1880 – Surgem as primeiras Charqueadas no Pantanal ciclo que durou até 1920.
C) A Erva Mate
  • Nativa no Sul do Mato Grosso, hoje sul de MS
  • Sistema de arrendamento de terras – 1882 – primeiro contrato com o Sr. Tomás Laranjeira – Companhia Matte-Laranjeira que atuou até 1930.
  • Desenvolveu Ponta Porá, Porto Murtinho, Bela Vista, Dourados, Amambaí, Itaporã e Rio Brilhante ( Hoje todas MS)
D) Ipeca, Ipecacuanha ou Poaia
  • Procurada pela indústria farmacêutica – emetina
  • Entre o Planalto dos Parecis e a Planície do Pantanal – (Cáceres )
  • A exportação aconteceu somente no século XIX ( entre 1885 a 1890)
  • Sistema de arrendamento de terras durante o período de chuva em situações adversas para os trabalhadores.
  • Usou a navegação fluvial – Rio Paraguai porto de Cáceres.
  • Surge Barra do Bugres.

E) A Borracha
  • A exploração comercial só na segunda metade do século XIX
  • Seringueira e mangabeira
  • Matas próximas aos rios Guaporé, Sangue, Sacre, Arinos e Telles Pires.
  • Exploração sazonal ( época da seca)
  • Transporte. No local tração animal e depois o rio Paraguai.
  • Migração nordestina, com a decadência poucos retornaram. A maioria ficou no centro-norte de Mato Grosso mesmo. Outros foram para a região do Araguaia.
  • Fortaleceu alguns núcleos urbanos: Diamantino, Cáceres, Rosário Oeste, Cuiabá e Corumbá.

        
A GUERRA DA TRÍPLICE (1865 – 1870)

¢  Antecedentes e generalidades do conflito
¢  SUPREMACIA DA INGLATERRA
¢  REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
¢  EXPANSÃO DO CAPITALISMO NA AMERICA
¢  RELAÇÕES ESTREITAS DA MONARQUIA BRASILEIRA COM A INGLATERRA
¢  DESENVOLVIMENTO AUTONOMO DO PARAGUAI
¢  DESEJO EXPANSIONISTA ATÉ O MAR POR PARTE DO PARAGUAI
Dica: A maioria dos historiadores seguem a hipótese de interferência da Inglaterra neste conflito, porem há entendimentos diferentes como por exemplo o de que a Guerra foi deflagrada em virtude de rompimento de um acordo, firmado em 1850, entre Brasil e Paraguai de que deveria respeitar a independência do Uruguai, e em 1864 o Brasil invade o Uruguai.
os que defendem a interferência da Inglaterra (maioria) sustentam a tese do Desenvolvimento autônomo da República Paraguaia.
*  1814 – Independência do Paraguai;
*  Opção pela República;
*  Seqüência de governos ditatoriais que deu estabilidade política, desenvolvimento e modernização;
*  Governo Francia: Extinguiu a escravidão, conferiu liberdade religiosa, diversificou agricultura. Ampla reforma agrária.
*  Governo Carlos Lopes: construiu estradas de ferro, linhas telegráficas, estaleiros, aboliu restrições á navegação internacional.
*  Francisco Solano Lopes: Política econômica autônoma, dinamizou as lavouras de algodão, isenção de impostos para maquinas e equipamentos, este modelo provocou a Inglaterra.

¢  12/11/1864 – Solano Lopes aprisiona o navio Marques de Olinda com o Pres. da Província de MT – Frederico Carneiro de Campos.
¢  Solano Lopes decide atacar o Brasil iniciando por Mato Grosso pois este possuía escassez de recursos,dificuldades de comunicação com o Rio de Janeiro e era desmilitarizada.
Algumas observações sobre a Guerra em Mato Grosso :
*  Os Paraguaios tomam o Forte Coimbra, evacuado pelo Cel. Hermenegildo Portocarrero, e se dirige a Corumbá;
*  Em Corumbá, o Cel. Carlos Augusto de Oliveira decide evacuar Corumbá ( sem dar um tiro). A gente graúda fugiu de barco do governo e de particulares e gente miúda se escondia pelas cercanias.
*  26/12/1864 – Tomada de Dourados pelo Major Martin Urbieta – tem. Antonio João Ribeiro ( natural de Poconé) “Sei que morro, mas o meu sangue e de meus companheiros servirão de protesto solene contra a invasão do solo de minha pátria”.
*  A notícia da tomada de Corumbá (03/01/1865) chega a Cuiabá e gera pânico;
*  Augusto Leverger, Barão de Melgaço, - grupo de homens “Voluntários Cuiabanos” ficam nos morros de Melgaço esperando os Paraguaios que não vieram, ao retornarem foram homenageados pela população de Cuiabá
*  Insegurança em relação aos escravos e aos negros do quilombro de Manso na região de Chapada dos Guimarães.
*  Aumento do preço dos alimentos – Caso do sal
*  Enchente de 1867 – perdimento de lavouras de subsistência – socorro da Bolivia
*  Impedimento de contato via bacia platina
*  1867 – Tropas brasileiras retomam Corumbá – mas os soldados foram enviados a Cuiabá por estarem muito doentes, e só depois das primeiras mortes, ocorridas na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá é que diagnosticam a Varíola, popular bexiga. Era tarde. Metade da população cuiabana morreu.
*  Tiveram que abrir o cemitério Nossa Senhora do Carmo “Cai-Cai” para enterrar os vitimas da varíola
*  Os infectados eram tantos que foram impedidos de entrar em Cuiabá ficando ás margens opostas do Rio Cuiabá, iniciando a ocupação da hoje Várzea Grande;
*  1870 tropas brasileiras atacam o acampamento de Solano Lopes em Cerro Corá, encerrando a guerra.

CONSEQUENCIAS DA GUERRA

*  Reabertura da navegação na Bacia Platina;
*  Surgimento de uma elite de comerciantes
*  Intensificação comercial – surgimento das casas comerciais em Cuiabá, Cáceres, Corumbá, Ponta Porá, Porto Murtinho.Aumento territorial da Província – O Paraguai perdeu 150.000 Km² de seu território.
*  Extermínio da população Paraguaia ( de 800.000 para 200.000)
*  Sucateamento da economia e do parque industrial Paraguaio, suas terras e seus recursos naturais arrendados para empresas estrangeiras...

A CIDADE DE CUIABÁ DURANTE O SECULO XIX – MODERNIZAÇÃO-
¨  Elite: Comerciantes : Importação e Exportação – Casas Comerciais., altos funcionários públicos civis e militares de alta patente
¨  Classe Média : Oficiais em inicio de careira, dentistas, advogados, medico(poucos), chefes de policia, promotores e membros do clero
¨  Ainda os taverneiros e pequenos sitiantes;
¨  Por fim, Livre pobres e escravos
¨  Elite : viagens ao Rio de Janeiro
¨  Segundo Moutinho,  as mulheres da elite cuiabana usavam seda a preços exorbitantes, se dedicavam ás atividades domesticas e só saiam para ir á igreja, a bailes e festas casamentos...
¨  As mulheres livres pobres e escravas eram geralmente recolhidas pela policia por bebedeira e dançar batuque
 QUESTÃO DA ÁGUA E SANEAMENTO
¨  Desfazia  se de tudo nos rios e riachos ( necessidades fisiológicas e água de uso)
¨  Os tanques
¡  Tanque do Ernesto ( hoje Cel. Escolástico)
¡  Tanque do Mundéu ( próximo a Sta. Casa)
¡  Os reclames eram mais comum nas escolas.
¨  Só em 1882: João Frick e Carlos Zanotta comprometem a construir chafarizes:
¡  Praça Alencastro ( Praça do Palácio)
¡  Largo da Boa Morte
¡  No Porto
¡  Rua 13 de Junho ( Arsenal de Guerra)
¡  Largo Dom Jose ( hoje praça Bispo D. Jose)

¡  As fontes publicas de água e chafarizes e tanques constituíam verdadeiro espaço social – aliados a praças
AS RUAS CUIABANAS
¨  Estreitas, sem calçamento, mal iluminadas.
¨  Cuiabá dois Distritos: 1 – Centro e 2 – Porto

¨  Margem direita do córrego Prainha: casas mais pobres margem esquerda sobrados e predios publicos

¨  Viajante Alemão Karl von den Steinen
¡  Nas ruas passeiam mais porcos do que cães das mais variáveis mestiçagens...

A ILUMINAÇÃO PUBLICA
¨  Chamou a atenção de Francisco Jose Cardoso Junior ao assumir a administração em 1871
¨  Lamparinas com azeite de peixe e depois lampiões a gás. Limpador e Acendedor
¨  1885 – A Assembléia Provincial autoriza o Presidente da Província a contratar empresários para elaborar a proposta de iluminação elétrica, o que aconteceu só no século  XX mas em 1919 a Usina Itaici já possuía

CULTURA E EDUCAÇÃO
¨  Após 1850
¨  Jornal A Matutina Meiapontense” editado em Goiás; ( colunas A Provincia de Mato Grosso e a Miscelânea Cuiabanense”.
¨  Jornais em Cáceres, Cuiabá e Corumbá – cidades portuárias
¨  1858 – Seminário da conceição
¨  1870 - Colégio Imaculada conceição
¨  1875 -  Primeira Escola Normal
¨  1879 -Colégio São João Batista
¨  1879 - Liceu Cuiabano
¨  1882 - Externato Mato-Grossense
¨  A reabertura da navegação, o contato da elite com o rio de janeiro e a chegada de novos empreendedores gerou a necessidade de ampliar a rede de escolas primarias
¨  Diversão:
¡  Saraus por parte da elite
¡  Teatro
¡  Irmandades religiosas
ú   Estreitar laços entre sociedade civil e religiosa
ú   Espaço de expressão e organização politica
ú   Espaço de poder civil no interior da Igreja
ú   Representavam diversas camadas sociais
ú   Fortalecimento da identidade cuiabana
Conforme PERARO,2004.p.94
¨  Predomínio da população mestiça e negra sobre a população cabocla e branca;
¨  Presença mínima de estrangeiro;
¨  Predomínio de solteiros sobre os casados;
¨  Equilíbrio entre população masculina e feminina, embora a partir de 1890 a população feminina tornou se mais numerosa






[1] HIGA. Tereza Cristina Souza. Cotidiano e Modernidade.Contextualizando Mato Grosso.IN Geografia de Mato Grosso.Território.Sociedade.Ambiente.Entrelinhas.Cuiabá.MT.2005.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - 1948

  A  Declaração Universal dos Direitos Humanos  ( DUDH ) é um documento base não jurídico que delineia a proteção universal dos  direitos hu...