segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Ensino Médio Integrado: concepções e contradições - RESUMO

  

O Ensino Médio, que no Brasil é a última etapa da Educação Básica, vem a décadas sendo marcado por precarizações e insucessos. Poucos acabam concluindo os estudos,e desses poucos que concluem acabam enfrentando um ensino dual onde há uma escola de qualidade para uma minoria e uma com, ou sem nenhuma qualidade para a maioria da população, em especial os filhos das classes trabalhadoras. Além disso a dualidade se manifesta na existência de estabelecimentos públicos e privados e o eterno dilema entre formação para o trabalho e para a cidadania. Assim, indaga se. A quem interessa essas situações descritas? A proposta do Ensino Médio Integrado á Formação Profissional, introduzida após o decreto 5154/04 é apresentado como uma possibilidade de ofertar uma educação integral, contemplando a formação do ser humano como um todo, preparando o para o mundo do trabalho e a cidadania. É nesse diapasão que as videoaulas presenta o Ensino Médio Integrado, sua formulação, enquanto politica pública, as concepções e os desafios para fazer a proposta se assentar no chão das escolas e no dia a dia da comunidade escolar e de toda a sociedade, uma vez que fica evidente, conforme estudiosos da realidade brasileira que a as marcas do processo de estrutura capitalista pautado na colonização de exploração, criou uma estrutura de desigualdades. Manutenção de poder e privilegio da classe dominante. Alguns autores foram chamados nas videoaulas para que possamos entender a a sociedade brasileira e suas contradições, principalmente na educação para o trabalho e para a vivencia da cidadania. No caso, Caio Prado Jr pontua que na construção do Brasil tivemos uma colonização intelectual, onde a elite intelectual é subjugada pelo domínio do capital econômico internacional promovendo um desequilíbrio de forças entre capital e trabalho, o que na visão de outro intelectual, o Celso Furtado, o modelo de capitalismo do Brasil é modernizador e dependente,completado por Florestan Fernandes ATIVIDADE AVALIATVA 3 NEAD – Núcleo de Educação a Distância que estabelece uma critica ao á sociedade brasileira, que, se mantém conciliando frações da classe dominante, resultado numa dualidade arcaica e moderna ao mesmo tempo. Por fim Francisco de Oliveira arremata afirmando que no Brasil a nossa classe dominante se mantém graças as desigualdades educacionais, o ensino com uma estrutura dual e o saber como um privilégio e não como direito. Portanto, a construção do Decreto 5154/2004 está envolto em dois pressupostos: 1 – Compreender o Ensino Médio como educação básica, numa concepção unitária e politécnica, onde o caráter Unitária significa que deve superar a fragmentação do trabalho manual do trabalho intelectual enquanto a educação politécnica é propor se a formar o ser humano como um todo intelectual, psicológico, cientifico e cultural. 2 Perceber a educação básica de nível médio como um direito universal, e que visa formar um trabalhador e um ser humano capaz de lutar por sua emancipação. Pensar o Ensino Médio é também refletir sobre as mudanças no mundo do trabalho, em especial as mudanças após 1970 que até hoje se desenvolvem sob o mano do neoliberalismo, onde há a negação do Estado na formulação de Politicas publicas e por consequência de direitos. O individualismo e a manutenção do desemprego estrutural como sendo uma realidade, assim a formação. Qualificação e inserção no mercado de trabalho cabe ao indivíduo, que o faz por sua conta e risco. Assim o Ensino passou a a ser a chamada Pedagogia das COMPETÊNCIAS, onde a definição é dada pelos seus objetivos e validada pelas competências que produz. Minimizando os saberes disciplinares e potencializando ensino definido pela produção de competências verificáveis em situações e tarefas especificas e que visa a essa produção de bens materiais ou de serviços. Diante desse cenário aparece três desafios: 1 – desconstruir essa ideologia; 2 – mudar o interior da organização escolar; 3 – envolver a sociedade civil no projeto de mudança. Chiavatta, por sua vez nos diz que “as leis são elaboradas como novos discursos e que devem impulsionar a sociedade para determinadas direções”, assim ela analisa o Dec. 5144/04 em seu comando afirma que “ articulação entre educação profissional e tecnica de nível médio dar se á de forma integrada”. A autora esclarece que integrar é tornar a educação geral como parte inseparável da educação profissional em todos os campos onde se dá a preparação para o trabalho. Porem, isso não acontece num passe de mágica ou de forma natural. A autora propõe alguns pressupostos para que essa educação integrada ATIVIDADE AVALIATVA 3 NEAD – Núcleo de Educação a Distância ocorra: 1 – Existência de um projeto de sociedade que supere o dualismo de classe e rompa com a redução da formação á simples preparação para o trabalho; 2 – manter, na lei, a articulação entre o ensino médio de formação geral e a educação profissional; 3 – a adesão de gestores e professores responsáveis pela formação geral e pela formação específica; 4 – a articulação da instituição com os alunos e familiares; 5 – O exercício da formação integrada é uma experiencia de democracia participativa; 6 – resgate da escola como um lugar de memória e para finalizar, 7 – garantia de investimento na educação. Por fim, o desafio de colocar em pratica um ensino médio integrado com o profissionalizante perpassa a preocupação com um currículo igualmente integrado e o cerne do problema consiste em superar o conflito histórico de formar para a cidadania e formar para o trabalho produtivo. Para isso Marise Ramos apresenta alguns pressupostos que passamos a transcrever aqui: 1 – reconhecer o sujeito como ser histórico-social concreto, capaz de transformar a realidade em que vive; 2 – compreender a formação humana como síntese da formação básica e formação para o trabalho; 3 - Compreender o trabalho como um principio educativo; 4 – encampar uma epistemologia que considere a unidade de conhecimentos gerias e específicos e metodologia que permita o reconhecimento das especificidades desses saberes. 5 – Uma pedagogia que vise a construção conjunta de conhecimentos gerais e específicos; 6 – Centralidade do ensino de diferentes técnicas tendo como eixos TRABALHO – CIÊNCIA – CULTURA. Apos esse passeio pelos desafios, concepções e contradições do Ensino Médio Integrado convém finalizarmos com algumas considerações, pois mesmo sendo uma proposta inovadora e inédita está ameaçada. Primeiro pela PEC do teto dos gastos que terá uma repercussão por vinte anos. Alterações nas leis trabalhistas e previdenciária afetando em cheio o corpo docente e técnico dos Institutos Federais. A reforma do Ensino Médio que praticamente extingue o Ensino Médio integrado pois cria o itinerário formativo profissionalizante e por fim os cortes de gastos e a ausência de conselhos e espaços e fóruns de discussão de politicas publicas no MEC de Bolsonaro e de Waintraub. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, Maria; RAMOS, Marise. Ensino Médio Integrado: concepções e contradições. São Paulo: Cortez, 2005. 

GONZALEZ, Jefferson. Ensino Médio Integrado: concepção e contradições (videoaula)

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